Causa de morte de americanos depende de onde moram
(Bloomberg) -- No momento em que os parlamentares dos EUA se preparam para uma batalha relacionada à lei de seguro de saúde, um novo relatório aponta que para os americanos da parte rural do país a falta de cobertura é apenas uma das muitas razões pelas quais eles são mais vulneráveis a uma morte precoce do que seus pares da cidade.
Apesar de as cinco principais causas de morte terem sido as mesmas para todos os americanos entre 1999 e 2014 -- doenças cardíacas, câncer, lesões não intencionais, doenças respiratórias crônicas e derrame cerebral --, elas apresentaram maior probabilidade de matar os 15 por cento dos americanos que moram em áreas rurais do que seus pares urbanos, segundo pesquisa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês). "Esse novo estudo mostra que existe uma diferença notável em termos de saúde entre os americanos da zona rural e os das cidades", disse o diretor do CDC, Tom Frieden.
A diferença pode ser atribuída a uma confluência de fatores ambientais, econômicos e sociais, incluindo índice de tabagismo, uso de opióides, níveis de pobreza, má nutrição, níveis de atividade física e acesso à saúde, segundo o CDC. A solução desses problemas exige um melhor acesso à saúde pública e aos serviços de saúde, disse Alana Knudson, codiretora do NORC Walsh Center for Rural Analysis. Ambas as coisas "exigem recursos financeiros", disse ela, para reduzir a taxa de mortalidade.
Por exemplo, os índices de morte por lesões não intencionais são 50 por cento maiores em áreas rurais do que em áreas urbanas, em parte devido ao número maior de mortes relacionadas ao tráfego de veículos motorizados em alta velocidade. Mas quando uma pessoa se envolve em um acidente em uma região rural, ela tem também uma probabilidade menor de receber atenção médica prontamente. Devido às distâncias geográficas, as ambulâncias precisam percorrer um caminho maior para chegar; quando o fazem, a probabilidade de que haja um centro de traumatologia por perto é menor. Apenas 11 por cento dos médicos atuam em áreas rurais do país, segundo o CDC.
Os habitantes das zonas rurais também têm menor probabilidade de acesso a seguros de saúde por meio do emprego, segundo relatório de 2014 da Henry J. Kaiser Family Foundation. De 2012 a 2013, 51 por cento da população rural dos EUA contava com cobertura patrocinada pelo empregador, contra 57 por cento da população metropolitana. Apesar de a Affordable Care Act (Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente) ter mirado indivíduos sem seguro de saúde com rendas baixas ou moderadas -- que têm maior probabilidade de morar em áreas rurais --, muitos estados escolheram não expandir a cobertura do programa de saúde Medicaid por meio da ACA. Em 2014, quase dois terços dos americanos da zona rural sem seguro de saúde moravam em um dos 24 estados que não implementaram a cobertura do Medicaid. (Esse número caiu desde então para 19 estados).
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