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O que os maiores bancos do mundo dizem sobre o Brexit

Gavin Finch

31/01/2017 14h25

(Bloomberg) -- Frankfurt e Dublin estão despontando como principais vencedores às custas de Londres no momento em que os bancos se prepararam para o Brexit planejando novos centros de operação na União Europeia.

O Standard Chartered e o Barclays vão escolher a capital da Irlanda como base na UE para garantir a continuidade do acesso ao bloco, segundo pessoas com conhecimento dos planos de contingência deles. O Goldman Sachs Group, o Citigroup e o Lloyds Banking Group estão de olho em Frankfurt, disseram outras pessoas.

Os bancos estão detalhando seus planos depois que a primeira-ministra Theresa May anunciou em janeiro que o Reino Unido sairia do mercado único da UE em 2019, o que provavelmente indica o fim do direito de passaporte, que permite que os bancos forneçam serviços diretamente ao restante do bloco a partir de seus centros em Londres. Frankfurt é uma opção natural para as empresas que estão fugindo de Londres por seu ecossistema financeiro, que inclui o Deutsche Bank, o Banco Central Europeu e o BaFin, um dos únicos reguladores com experiência na supervisão de operações complicadas com derivativos.

Quanto à Irlanda, o país se apresenta como um lugar que fala inglês, que tem uma carga tributária baixa e leis e regulamentações parecidas com as britânicas.

Ao todo, o grupo do setor TheCityUK calcula que até 35.000 empregos poderiam ser transferidos. A Bloomberg News fez entrevistas e analisou declarações públicas para descobrir o que cada grande banco está planejando agora.

Goldman Sachs

A empresa de Wall Street está avaliando a possibilidade de transformar Frankfurt em seu principal centro de operações na UE e poderia transferir até 1.000 funcionários, incluindo traders e gerentes seniores, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto. O CEO Lloyd Blankfein declarou publicamente que o banco engavetou planos para transferir mais operações fundamentais para o Reino Unido.

JPMorgan

"Temos que respeitar as leis locais do Reino Unido e da UE, e isso determinará quantos empregos e pessoas devem ser transferidos", disse o CEO do JPMorgan Chase & Co., Jamie Dimon, neste mês em Davos. "Parece que a movimentação de empregos será maior do que esperávamos."

Antes do referendo, Dimon havia dito que até 4.000 de seus 16.000 funcionários no Reino Unido poderiam ser transferidos para o continente após o Brexit.

Barclays

O CEO do Barclays, Jes Staley, adotou um tom diferente de outros chefes de bancos. Ele disse em Davos que seria "muito difícil" sair de um centro financeiro como Londres. Se for necessário, o Barclays poderia realocar sua agência em Frankfurt para sua subsidiária irlandesa, disse ele.

Standard Chartered

O banco entrou em contato com autoridades irlandesas para assentar sua base legal dentro da UE em Dublin, disseram pessoas com conhecimento das negociações em dezembro. Não foi tomada nenhuma decisão final, e a empresa também está negociando com o órgão regulador alemão sobre a possibilidade de escolher Frankfurt.

Citigroup

Citigroup está avaliando diversos lugares para partes de sua divisão londrina de corretagem de valores, como Irlanda, Espanha, Itália, Alemanha, França e Holanda, disse Jim Cowles, máximo executivo do banco para a Europa, o Oriente Médio e a África, em uma conferência em Dublin no dia 24 de janeiro. Cowles disse que projeta que o banco tomará uma decisão final por volta do fim do primeiro semestre.