Seu próximo carro será entregue como uma pizza
(Bloomberg) -- Doritos ou Dodge Challenger? Na quarta-feira, a Carvana, uma plataforma de comércio eletrônico para carros usados, inaugura uma máquina automática de venda de veículos em San Antonio, nos EUA, que é exatamente o que parece. A startup criada há quatro anos já possui aparelhos similares em Austin, Houston e Nashville. Com oito andares, a máquina é essencialmente uma pequena garagem com capacidade para 30 carros. Quando um cliente coloca uma "moeda" especial, o carro escolhido é tirado da estante como um saco de batata frita, embora com mais delicadeza.
Os clientes compram seu carro antecipadamente no estoque on-line da empresa, de cerca de 8.000 automóveis. Depois, o veículo é colocado na máquina para a grande revelação -- como a Carvana diz, "uma experiência de entrega personalizada e memorável." É um truque publicitário? Claro. Mas é raro que uma concessionária de carros -- especialmente uma revendedora de carros usados -- adote o mantra de surpresa e encantamento que a maioria dos varejistas empreende atualmente. Um café, às vezes razoável, costuma ser o máximo que eles oferecem.
A Carvana está adotando outra estratégia do manual do varejo do século 21: o conceito omni-channel -- deixar que os clientes comprem onde e como quiserem. Para os fãs de máquinas automáticas que não vivem em San Antonio, a Carvana leva seu truque a grandes distâncias, cobrando US$ 200 em despesas de viagem e a corrida a partir do aeroporto. Não é fã dessa coisa de comprar um carro como se fosse um doce? Sem problemas. A Carvana também entrega. Fique à vontade para comprar uma antiga Ford F-150 pelo iPhone e receba a picape em casa no dia seguinte ou antes.
A Carvana oferece garantias e financiamento e seus preços, em geral, são muito bons, em parte porque a empresa não precisa se preocupar em manter e contratar uma equipe para as concessionárias. O que a companhia não oferece é test drive, embora exista uma janela de sete dias para devolver um veículo -- sem ter de dar satisfação.
Se acharem que um website é algo rápido demais para uma transação tão cara, os consumidores ainda podem ir a uma loja à moda antiga e sentir o aroma do café. A da Carvana é financiada pela DriveTime Automotive Group, uma rede de concessionárias com sede em Phoenix. Mas a verdadeira pergunta em relação à Carvana é se existe uma massa crítica de consumidores que se sente à vontade para gastar dezenas de milhares de dólares em um produto sem vê-lo antes. Se os imóveis servem de indicativo, a resposta é sim.
Em agosto, a companhia captou US$ 160 milhões em sua terceira rodada de financiamento e estaria organizando um IPO. O CEO da Carvana, Ernie Garcia, afirma que os consumidores que sabem o que querem gastam apenas 10 minutos na transação.
Na verdade, a Carvana e as várias startups de comércio eletrônico como ela não precisam conquistar uma fatia muito grande dos consumidores. O mercado de carros usados dos EUA é enorme -- pouco maior que o de veículos novos. Em um ano bom, 45 milhões de máquinas são comercializadas e cerca de US$ 640 bilhões trocam de mãos.
Se uma companhia como a Carvana capturar um quarto do mercado, ela será tão grande quanto a General Motors e provavelmente mais rentável.
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