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Solução polêmica para congestionamento do bitcoin sofre ataque

Yuji Nakamura

15/03/2017 23h04

(Bloomberg) -- Um plano polêmico para solucionar o congestionamento das redes de bitcoin sofreu um revés depois que agressores aproveitaram uma falha descoberta recentemente para fazer o software colapsar.

A Bitcoin Unlimited, que tinha conseguido o apoio dos maiores mineradores da moeda digital, foi atacada depois que os desenvolvedores revelaram a falha. O número de "nós" que atuam de servidores da Unlimited caiu de 800 para cerca de 300 após os ataques, o nível mais baixo desde outubro, segundo o site coin.dance, que monitora dados do setor.

Os nós constituem o núcleo da infraestrutura do bitcoin. Aqueles com capacidade de mineração suportam uma grande carga do trabalho de verificar as transações com computadores especializados, ao passo que os nós fora da mineração monitoram essas transações de forma independente e, na prática, eles garantem que a rede inteira funcione conforme o esperado. Ao rodar determinada versão do software, como Unlimited, cada nó pode insinuar como ele quer que o bitcoin evolua.

Embora a falha tenha sido consertada rapidamente, ela dá razão aos críticos que afirmam que os programadores da Unlimited não têm experiência para solucionar o complicado problema de congestionamento do bitcoin. Nas últimas semanas, a Unlimited tinha conquistado o apoio de mineradores influentes, porque alguns deles decidiram desistir de chegar a um consenso com a comunidade após mais de dois anos de discussões. A falha torna mais incerto se os mineradores manterão seu apoio.

Os simpatizantes da Unlimited querem eliminar um limite pré-programado sobre a quantidade de dados que a rede do bitcoin pode processar, o que, segundo argumentam, poderia acabar com o congestionamento. Os detratores afirmam que a eliminação desse limite daria poder demais às grandes organizações que têm recursos melhores para processar grandes quantidades de dados, o que poderia acabar com a independência do bitcoin em relação a governos e bancos internacionais. Eles sugerem reduzir o congestionamento com uma abordagem chamada SegWit, que emprega um método um pouco diferente para verificar as transações.

Ambas as partes recorreram às redes sociais para celebrar ou defender suas posições. A comunidade se polarizou ainda mais porque a rede subjacente do bitcoin tem a maior quantidade de trabalho atrasado nos oito anos de história da moeda.