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Novo mega-aeroporto de Pequim desafiará domínio da Air China

Bloomberg News

22/06/2017 10h44

(Bloomberg) -- Assim como os antigos chefes militares, as três maiores empresas aéreas da China dominam suas sedes regionais: a Air China controla Pequim, a China Eastern Airlines mantém influência no centro financeiro de Xangai e a China Southern Airlines comanda a porta de saída das exportações em Guangzhou. Até agora.

Um mega-aeroporto que está prestes a alterar o equilíbrio está sendo erguido em uma planície ao sul de Pequim, trazendo as três empresas para trabalharem ombro a ombro na capital, que se tornará o maior hub da aviação do mundo.

O novo aeroporto, que deverá abrir em 2019, foi definido pelas autoridades como base das integrantes da aliança SkyTeam, um grupo global de companhias aéreas que inclui a China Eastern e a China Southern. As duas aéreas chinesas terão permissão para capturar 40 por cento dos passageiros do aeroporto, ganhando horários cobiçados para a Europa e para os EUA no território da Air China.

"Isto é um grande divisor de águas para a China Eastern e a China Southern", disse Corrine Png, CEO da Crucial Perspective em Cingapura. "Ter todos os membros da aliança SkyTeam sob um mesmo teto permitirá conexões de voo contínuas."

A invasão das rivais regionais da Air China também gera repercussões fora da China. Além de dominarem suas bases domésticas, as três grandes empresas chinesas criaram uma posição no exterior. A Air China, por meio dos laços da Star Alliance com a Deutsche Lufthansa e a United Continental Holdings, comanda muitas rotas para a Europa e a América do Norte. A China Eastern é a maior empresa a voar para o Japão e a Coreia do Sul. E a China Southern é forte na Austrália e no Sudeste Asiático.

Com o acesso a mais slots em Pequim, a China Southern e a China Eastern possivelmente conseguiriam mais acesso às lucrativas rotas norte-americanas, enquanto suas parceiras da SkyTeam teriam um acesso melhor à capital chinesa. Além disso, a China Southern, a maior companhia aérea do país, poderia atrair o trânsito de suas conexões no Sudeste Asiático para voar para os EUA via Pequim.

Até lá, estas empresas precisarão brigar por slots no aeroporto existente, que está próximo de sua capacidade máxima. A Air China, que faz parte da Star Alliance, que inclui entre seus 28 membros a United, a Singapore Airlines e a Lufthansa, controla 38 por cento dos slots do Aeroporto Internacional de Pequim Capital, que movimentou 94 milhões de passageiros em 2016 -- volume próximo à capacidade máxima de 96 milhões.

"Há pedidos para adicionar centenas de voos em Pequim todos os dias que são recusados porque estamos ficando sem capacidade", disse Liu Xuesong, gerente geral da Capital Airports Holding, operadora do aeroporto existente em Pequim. "A cidade é capaz de manter dois hubs."

Aprovado em 2014, o novo aeroporto de US$ 12,9 bilhões na cidade de Daxing, na parte sul da região metropolitana, acomodaria até 100 milhões de passageiros por ano, com até sete pistas. Liu estima que, até 2025, os dois aeroportos de Pequim compartilhariam 170 milhões de passageiros, incluindo 25 milhões em voos internacionais.

Título em inglês: New Mega Airport Sparks Battle of Beijing for World's Airlines