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Cofundador da Nike diz que nem Tiger Woods tornou golfe rentável

Matthew Townsend

29/06/2017 12h35

(Bloomberg) -- Phil Knight, um dos fundadores da Nike, ficou tão encantado com o jovem Tiger Woods que a empresa começou a recrutá-lo três anos antes de conseguir assinar um contrato de patrocínio com ele, na época com 20 anos.

"Dava para ver ele despontando desde muito antes", disse Knight em uma entrevista à Bloomberg Television. O jovem golfista jogava de vez em quando na região de Portland, nos EUA, perto da sede da Nike, "e nós sempre convidávamos ele e o pai para almoçar".

Foi o início de um relacionamento longo e, no fim das contas, não lucrativo.

Woods se tornou o melhor golfista de sua geração e a Nike tentou se beneficiar vendendo tacos e equipamentos. Mas nem mesmo a fama de Woods e sua legião de fãs foram suficientes para que o golfe deixasse de dar prejuízo, disse Knight, que saiu do conselho da empresa no ano passado. A Nike abandonou a categoria há um ano, em meio à queda do apelo de Woods e da popularidade do esporte.

"A equação é muito simples, perdemos dinheiro durante 20 anos em equipamentos e bolas", disse Knight ao entrevistador David Rubenstein, apresentador do programa "The David Rubenstein Show: Peer-to-Peer Conversations". "Nós percebemos que o próximo ano não iria ser diferente."

A incursão pelo golfe foi um fracasso eclipsado pelos muitos sucessos da Nike sob o comando de Knight, que foi diretor executivo até 2004 e permaneceu como presidente até o ano passado. A empresa abriu o capital em 1980 e surgiu como a maior marca atlética do mundo. Agora, a companhia se empenha em revigorar o crescimento sob o comando do CEO Mark Parker, que informará os últimos resultados trimestrais da Nike nesta quinta-feira.

Air Jordan

Ele também deu crédito a Michael Jordan, que chegou antes de a Nike ter assinado acordos de patrocínio com diversos atletas superestrelas.

"Tínhamos muitos jogadores bons, mas não tínhamos jogadores realmente excelentes", disse Knight. "E achávamos que ele tinha a chance de ser isso. Obviamente, ele era melhor do que podíamos imaginar."

A sorte também desempenhou um papel na ascensão da Nike: as vendas ganharam impulso depois que o comissário da NBA David Stern decretou que o modelo Air Jordan preto e vermelho infringia as regras da liga.

"David Stern nos fez um grande favor. Ele proibiu o modelo na NBA", disse Knight. "Então fizemos um grande anúncio que dizia: 'Proibido na NBA'. E todo mundo passou a querer o tênis."

A marca Jordan está chegando a US$ 3 bilhões em vendas por ano e ainda domina o mercado de calçados de basquete, apesar de o jogador do Hall da Fama ter se aposentado em 2003.