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Uber prevê crescimento financeiro e acordo com Waymo, dizem fontes

Eric Newcomer

12/07/2017 12h10

(Bloomberg) -- A Uber Technologies tentou amenizar na terça-feira o temor dos investidores com a possibilidade de uma série de escândalos estar afetando os negócios. A empresa informou que eles podem esperar uma melhora nas reservas, prejuízos menores e um possível acordo com a Alphabet que resolveria um dos maiores obstáculos legais enfrentados pela empresa.

Em teleconferência com investidores, os executivos da Uber disseram que as reservas brutas subiram mais de 10 por cento no último trimestre em relação ao período anterior, enquanto os prejuízos continuaram caindo, disseram pessoas com conhecimento da reunião. A advogada da Uber disse aos investidores que a ação judicial relacionada a carros autônomos aberta pela Waymo, da Alphabet, pode ser resolvida antes da audiência judicial programada para outubro, mas explicou que ainda não há nenhum acordo formal em andamento, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação é privada.

Durante a conferência de 15 minutos com seus apoiadores a Uber não divulgou resultados financeiros completos, afirmando que os dados estarão prontos nas próximas semanas. Essa foi a primeira apresentação aos acionistas da empresa de capital fechado desde a demissão do CEO Travis Kalanick, forçada por vários grandes investidores da Uber no mês passado.

"Somos afortunados por termos uma empresa saudável e em crescimento, que nos dá fôlego para realizar as mudanças que sabemos que são necessárias na gestão, na prestação de contas, na nossa cultura, na organização e no nosso relacionamento com os motoristas", escreveu um porta-voz da Uber, por e-mail. Ele preferiu não comentar sobre finanças ou planos para o processo judicial da Waymo.

Por e-mail, um porta-voz da Waymo escreveu: "Acreditamos que temos fortes evidências para apresentar a um júri sobre a apropriação indevida de segredos comerciais da Waymo pela Uber e estamos ansiosos pelo julgamento."

A Uber continua tomando medidas para espremer mais receita dos clientes e reduzir seus enormes prejuízos. No fim da semana passada, a empresa aumentou em sigilo as comissões das reservas nos EUA e no Canadá. A comissão, pensada para ajudar a Uber a pagar o seguro e outras despesas, não é dividida com os motoristas. A Uber afirmou que o aumento variou de US$ 0,15 a US$ 0,50 por viagem, dependendo da cidade. A comissão responde por cerca de US$ 1,50 a US$ 3 de cada corrida.

A reunião de terça-feira ressaltou o esvaziamento da liderança da Uber, resultado de meses de êxodo na empresa de carona compartilhada com sede em São Francisco. A conferência foi presidida por Ryan Graves, executivo e membro de longa data do conselho, com participação de Angela Padilla, conselheira-geral associada, e Prabir Adarkar, diretor de finanças em exercício. A Uber busca contratar para os cargos de CEO, conselheiro-geral e diretor financeiro.

Uma batalha pública entre Uber e Waymo poderia ser dolorosa devido à possibilidade de expor detalhes privados de ambas as empresas. O tribunal já ordenou que a Waymo apresentasse as condições de seu acordo de parceria com a Lyft, algo a que ambas as empresas resistiram. O CEO da Alphabet, Larry Page, deverá depor na segunda-feira e Kalanick também deverá ser interrogado.

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórter da matéria original: Eric Newcomer em San Francisco, enewcomer@bloomberg.net.