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Australianos são modelo da estratégia da Tailândia para turismo

Sunil Jagtiani

17/07/2017 11h50Atualizada em 21/07/2017 09h52

(Bloomberg) -- A Tailândia atualmente é tão popular como destino de férias que quase 35 milhões de turistas estrangeiros -- o equivalente a metade da população do país -- são esperados neste ano.

Como o afluxo maior de pessoas está ficando mais difícil de administrar, o governo está mudando de estratégia. Agora, mira um aumento mínimo na receita com turismo, de cerca de 5 por cento ao ano, em vez de um número específico de visitantes, disse a ministra do Turismo, Kobkarn Wattanavrangkul. Isso significa incentivar estadias mais longas e gastos diários maiores, mistura cujo modelo é o típico turista australiano, disse ela.

"Provavelmente são os que pensam: 'meu tempo é assim -- eu como, eu compro e eu como, e eu compro'", disse Kobkarn, 56, em entrevista.

Os turistas australianos ficaram entre os 10 que mais gastam em termos de despesas diárias per capita no ano passado, pagando 5.831 bahts (US$ 172), mostram dados do Ministério do Turismo. A duração média de permanência deles, de quase 14 dias, foi a mais alta desse grupo. Os turistas de algumas outras nacionalidades tiram férias ainda mais longas, mas tendem a ser mais parcimoniosos. Os britânicos, por exemplo, ficaram pouco mais de 18 dias em média, mas gastaram 4.376 bahts por dia.

O turismo é um dos poucos aspectos positivos da economia da Tailândia, que enfrenta desafios como a incerteza política e a demanda de consumo lenta. O setor representa cerca de 18 por cento do produto interno bruto, disse Kobkarn na entrevista, em Chiang Mai, no mês passado.

"Nós não temos mais uma meta para o número de turistas", disse ela. "Não devemos ir além do limite que podemos suportar. Mas ainda não há estatística para isso. Quando as pessoas dizem que Phuket pode estar muito cheia, ou que Bangkok está muito cheia, temos que nos certificar de que estamos introduzindo novos destinos também."

As chegadas do exterior mais do que dobraram na última década, impulsionadas pelo aumento no número de turistas chineses, que contribuíram com 28 por cento dos 1,6 trilhão de bahts em receitas do turismo estrangeiro em 2016.

O custo acessível é uma das razões pelas quais a Tailândia tomou o lugar da Malásia como destino mais popular do Sudeste Asiático, mas Kobkarn disse que o país precisa se concentrar na qualidade e no custo para enfrentar ameaças competitivas emergentes como Myanmar e Vietnã.

Qualidade não significa simplesmente mirar turistas ricos, porque a Tailândia precisa de viajantes de faixas de orçamento variadas, disse Kobkarn. Em vez disso, a ideia é oferecer experiências valiosas que incentivem o retorno dos visitantes, que aumentem seu tempo médio de permanência e que ampliem a despesa diária por pessoa, disse ela.

Os turistas do Oriente Médio registram o maior gasto diário per capita, segundo dados do Ministério do Turismo. Os turistas chineses se destacaram pelos gastos acima da média e pelo grande número de chegadas -- 8,8 milhões, muito acima das demais nacionalidades, o que transforma a China no país mais importante para as receitas de turismo da Tailândia.

--Com a colaboração de Lee Miller e Busaba Sivasomboon