Morgan Stanley vê emergentes expostos à alta de juros nos EUA
(Bloomberg) -- Os governantes dos países emergentes devem torcer para que o banco central americano prossiga na trajetória de aumento gradual dos juros, dado que alguns deles estão expostos em caso de altas acentuadas da taxa nos EUA, de acordo com o Morgan Stanley.
A exposição é resultante das características da dívida externa. A maior parte da dívida externa das nações emergentes -- 20 por cento do PIB - é denominada em moeda estrangeira, sobretudo dívida corporativa em dólares.
A parcela total da dívida em moeda estrangeira nos países emergentes excluindo a China se ampliou de 22 por cento do PIB em 2011 para 30 por cento no primeiro trimestre deste ano. A ampliação foi motivada principalmente por obrigações de longo prazo, sendo que a fatia de empréstimos de curto prazo permaneceu relativamente baixa, em 8 por cento do PIB.
"Embora isso signifique que os mercados emergentes estarão melhor protegidos da volatilidade cambial de curto prazo, eles permanecem expostos a grandes mudanças no dólar e nos juros nos EUA", escreveram economistas do Morgan Stanley, liderados por Chetan Ahya, em relatório enviado a clientes. "Além da dívida em moeda estrangeira, a exposição aos juros nos EUA se dá por meio da grande participação dos estrangeiros na dívida pública em moeda local."
Brasil, Chile, México, Turquia e Malásia estão entre os países com riscos associados ao aumento da dívida em moeda estrangeira. Já África do Sul, Colômbia e Indonésia têm exposição por meio da participação estrangeira no mercado local de títulos públicos.
A quantidade total de dívidas das nações emergentes subiu rapidamente desde a crise financeira global, com a China na liderança. A razão entre dívida e PIB no país asiático saltou de 143 por cento em 2007 para uma estimativa de 280 por cento no primeiro trimestre deste ano. A mesma razão nos países em desenvolvimento excluindo a China avançou de 107 por cento para 130 por cento no período. Segundo os analistas, a situação é administrável e a recente aceleração do crescimento nominal do PIB ajuda a estabilizar o múltiplo.
O endividamento elevado na China preocupa, mas o Morgan Stanley entende que a dinâmica melhorou graças a pressões deflacionárias menores e reformas. Na China, o aumento foi puxado exclusivamente pela dívida doméstica.
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