Estagnação do petróleo deixa hedge funds à espera de clareza
(Bloomberg) -- Fazia tempo que o petróleo não provocava tanto tédio, e os hedge funds simplesmente não estão sabendo lidar com a situação.
A postura semanal deles em relação aos preços do petróleo West Texas Intermediate pouco mudou, enquanto os futuros estão a caminho de serem negociados na faixa mensal mais apertada desde julho de 2002. Tem sido difícil reconciliar os sinais confusos do declínio constante das ações dos EUA com o aumento da produção dos campos de xisto e de outras partes do mundo.
Os fundos "estão esperando para ver se vai acontecer algo, se surgirá algo que provoque algum movimento real", disse Bill O'Grady, estrategista-chefe de mercado da Confluence Investment Management em St. Louis, por telefone. "O outro problema é que os fundamentos também estão um pouco confusos. Simplesmente não temos um quadro realmente claro."
Nos EUA, os estoques de petróleo caíram quase todas as semanas desde o início de abril e agora estão em seu menor patamar desde outubro. Mas os investidores questionam se o declínio é apenas sazonal, já que a temporada de verão nos EUA, quando as pessoas dirigem mais no país, se aproxima do fim. Além disso, empresas de exploração do xisto como a EOG Resources afirmam que podem continuar ampliando a produção com os preços atuais, o que aumenta a crença na previsão do governo de que a produção norte-americana média será de 10 milhões de barris por dia no ano que vem.
Se os estoques de petróleo continuarem diminuindo após o feriado do Labor Day nos EUA (4 de setembro), "poderemos ver um impulso para a estabilização em torno de US$ 50", disse Mark Watkins, gerente de investimento regional do U.S. Bank Wealth Management, com sede em Park City, Utah, que supervisiona US$ 142 bilhões em ativos. "O sentimento nos EUA está começando a ficar ligeiramente mais positivo, mas o reequilíbrio ainda está demorando muito tempo."
Quanto à Opep, apesar de seus dois maiores produtores -- Arábia Saudita e Iraque -- terem prometido reforçar o compromisso de reduzir a produção, a produção do grupo subiu em julho e atingiu o nível mais alto do ano. A Agência Internacional de Energia afirmou que os mercados mundiais de petróleo estão retornando ao equilíbrio, mas reduziu as estimativas para a quantidade de petróleo necessária da Opep neste ano e no próximo.
Nesse contexto confuso, os futuros não oscilaram mais de US$ 2,45 até o momento em agosto. Isto é um problema para os hedge funds, que têm mais oportunidades de lucrar com suas apostas quando há grandes oscilações de preços.
Considerando um período maior, também não houve muita emoção. Nos últimos 12 meses, os preços ficaram basicamente em uma faixa entre US$ 42 e US$ 55. Para efeito de comparação, o intervalo mensal foi de mais de US$ 40 em outubro de 2008.
"Este é um mercado que, considerando o panorama mais amplo, vem movendo-se de lado nos últimos 12 meses e, no momento, estamos aproximadamente na metade dessa faixa", disse Tim Evans, analista da Citi Futures Perspective em Nova York, por telefone. "Os gerentes de recursos não estão nos dando uma indicação clara sobre se acham que o petróleo vai subir mais ou cair mais. Esta é realmente uma pausa no meio da faixa."
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