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Firmas de índices para ETFs tentam defender receitas de US$ 1 bi

Rachel Evans

22/08/2017 16h58

(Bloomberg) -- Quem são os maiores vencedores da mudança para o investimento passivo: os investidores que apreciam os produtos baratos, os gerentes de ativos que os vendem aos montes -- ou as empresas de índices que criam as referências que respaldam tudo?

Esta é uma pergunta séria para o mercado, considerando que atualmente existem mais índices do que ações nos EUA. Durante anos, os desenvolvedores desses indicadores vêm ganhando rios de dinheiro, principalmente licenciando-os para produtos negociados em bolsa e fundos de investimentos.

Mas tudo isso pode estar prestes a mudar.

A proliferação de estratégias passivas que têm impulsionado os lucros das gigantes do benchmark também aumentou os interesses em jogo para os gerentes de ativos. As comissões mais baixas viraram uma ferramenta importante para ganhar fluxos. Assim, algumas empresas decidiram economizar dinheiro trabalhando com provedores de índices mais baratos, enquanto outras estão construindo suas próprias equipes internas de benchmarking.

"Na grande migração de custos, nada está a salvo", disse Eric Balchunas, analista de ETF da Bloomberg Intelligence. "Provavelmente seja possível contar em uma mão quantos índices estão em um nível estelar, em que o emissor do ETF provavelmente nunca mexerá com eles. Todos os demais estão vulneráveis."

A S&P Global, a MSCI e a FTSE Russell, da London Stock Exchange -- três das maiores provedoras de índices de referência --, superaram a casa de US$ 1 bilhão em receita com índices no período de seis meses até junho, contra US$ 858 milhões no mesmo período do ano passado, segundo balanços de resultados.

Para isso, podem agradecer aos ETFs, portfólios baseados em índices que dispararam para US$ 3 trilhões nos EUA, contra cerca de US$ 400 bilhões há 10 anos. Os emissores normalmente pagam aos indexadores uma comissão baseada em uma porcentagem dos ativos do fundo. As comissões da MSCI, por exemplo, foram em média de 3,08 pontos-base no primeiro trimestre. A fatia se traduz em US$ 30.800 para um ETF de US$ 100 milhões ou em US$ 308.000 para um fundo de US$ 1 bilhão.

'Estratégia certa'

"Nós precificamos onde achamos que o mercado precisa estar para ampliar nossos negócios", disse Alex Matturri, CEO da S&P Dow Jones Indices em Nova York. "À medida que o negócio cresce, as comissões marginais podem diminuir, mas se os ativos estão crescendo e sua receita está aumentando, essa é a estratégia certa." Os questionamentos em relação aos custos são "exagerados", disse ele, que preferiu não detalhar acordos comerciais específicos.

Cerca de 60 por cento da receita da unidade de benchmarking da S&P se baseia em ativos, e o restante deriva de comissões de assinatura anuais por informações e comissões baseadas em transações de derivativos negociados em bolsa.

A Bloomberg LP, empresa controladora da Bloomberg News, possui uma divisão de índices concorrente da S&P, da MSCI e da FTSE Russell.