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Tiffany troca Hepburn por Lady Gaga para conquistar jovens

Stephanie Wong

24/08/2017 16h59

(Bloomberg) -- A Tiffany & Co. está fazendo progressos com os jovens que buscam joias da moda e deixando de lado alguns dos tesouros da geração de Audrey Hepburn: alianças de noivado e casamento.

O crescimento em joias da moda e de estilistas ajudou a ampliar a receita em US$ 959,7 milhões durante o segundo trimestre, apesar do baixo desempenho das vendas de alianças, informou a empresa nesta quinta-feira. As vendas superaram amplamente os US$ 930,4 milhões que os analistas haviam projetado e foram a maior surpresa trimestral desde o começo de 2015.

Os resultados refletem a estratégia da Tiffany para reconquistar clientes, incluindo os consumidores mais jovens, por meio da renovação das lojas e da oferta de novos modelos, como a coleção HardWear, promovida pela cantora Lady Gaga. A coleção tem pulseiras, anéis e brincos com esferas -- itens que podem ter apelo entre clientes mais jovens.

"Uma das áreas que mais prometem progresso são as iniciativas da empresa para se conectar melhor com os consumidores mais jovens -- público com o qual havia perdido adeptos", disse Neil Saunders, diretor administrativo da GlobalData Retail.

Lady Gaga foi apresentada como novo rosto da grife de joias em um comercial exibido durante o Super Bowl, em fevereiro. Tradicionalmente, a joalheria foi muito associada à imagem de Hepburn, que se imiscuiu na cultura popular com o filme "Bonequinha de luxo", de 1961.

As ações da companhia subiam 0,9 por cento às 10h27 em Nova York, para US$ 89,50, após uma alta inicial que chegou a 4,3 por cento, o maior avanço em um único dia desde março. As ações haviam avançado 15 por cento neste ano até o fechamento do pregão de quarta-feira.

'Trimestre decente'

Os resultados foram de US$ 0,92 por ação no segundo trimestre, que terminou no mês passado. Isso superou a projeção média dos analistas, de US$ 0,86. As vendas nas mesmas lojas nos EUA e no Japão excederam as estimativas, mas foram inferiores ao projetado na Europa e na região Ásia-Pacífico.

"Foi um trimestre decente, bom o suficiente para respaldar as ações por aqui", disse Brian Yarbrough, analista da Edward Jones & Co. "Mas no geral o negócio continua difícil. Em algum momento precisaremos realmente notar alguma aceleração nas vendas das mesmas lojas ou haverá questionamentos", disse ele.

A joalheria aposta que Alessandro Bogliolo, que assumirá o cargo de CEO no início de outubro, fortalecerá ainda mais a marca.

Os resultados surgem após um declínio inesperado das vendas no primeiro trimestre. Os resultados anteriores da Tiffany chamaram a atenção da empresa investidora ativista Jana Partners, que afirmou que as ações estavam subvalorizadas. Outra investidora, a CtW Investment Group, vem pressionando por mais diversidade e pela nomeação de diretores mais jovens para o envelhecido conselho da grife de joias.

A Tiffany manteve sua projeção para o ano cheio, afirmando que as vendas crescerão a uma porcentagem de um dígito baixo. O lucro, excluindo alguns itens, deverá subir a um ritmo próximo de 5 por cento sobre uma base de US$ 3,75 por ação no último ano fiscal.

A Tiffany está concentrada em inovar o design de joias e acessórios de luxo e em tornar o marketing mais impactante para reforçar a experiência dos clientes nas lojas físicas e na internet, disse o CEO interino, Michael Kowalski, em comunicado.