Citgo em risco por nervosismo de investidores com a Venezuela
(Bloomberg) -- Em meio à crise política e econômica da Venezuela, a Citco Holding tem sido um raio de luz para os investidores. Mas as perspectivas estão ficando nubladas devido à possibilidade de novas sanções dos EUA que limitariam as importações de petróleo e a ações judiciais que poderiam alterar a estrutura de propriedade da empresa.
A dívida emitida pela Citgo, que pertence à petroleira estatal Petróleos de Venezuela e é a maior importadora de petróleo venezuelano nos EUA, manteve seu valor durante a queda de outros ativos ligados ao país. Os títulos da refinaria são negociados muito acima do preço nominal mesmo com a crescente probabilidade de um calote da controladora.
O isolamento da Citgo em relação ao caos que provocou uma queda de mais de 12 por cento da dívida soberana da Venezuela no mês passado é uma questão de detalhes. As cláusulas dos títulos e empréstimos da Citgo a protegem de várias maneiras de um calote ou de uma falência da PDVSA e garantem um pagamento fixo se ela mudar de dono. Mas é difícil separar completamente a refinaria da controladora, especialmente desde que a PDVSA comprometeu uma participação na Citgo como garantia de suas notas. Além disso, os investidores da Citgo se perguntam cada vez mais o que tudo isso significa para eles.
Funcionários da Citgo e da PDVSA não deram retorno a pedidos de comentários.
Richard Langberg, que cobre a Citgo e sua controladora como analista da S&P Global Ratings, diz aos clientes que ligam perguntando sobre a Citgo que os títulos estão bem protegidos das turbulências.
Mas outros analistas não têm tanta certeza. Estes são três possíveis cenários e o impacto que poderiam ter.
1) Os EUA proíbem as importações de petróleo venezuelano
Após a eleição de 30 de julho, que consolidou o poder do presidente Nicolás Maduro, os EUA congelaram as contas de membros do governo venezuelano no exterior, proibiram negociar a nova dívida emitida pelo governo e eliminaram a possibilidade de a Citgo enviar fundos para a Venezuela. O governo Trump preparou uma série de possíveis sanções adicionais, que incluem proibir a exportação de petróleo para os EUA.
A Moody's Investors Service disse que uma medida contra o petróleo poderia "acelerar o calote" da dívida soberana da Venezuela e dificultaria, mas não interromperia, as operações da Citgo.
2) Empresas que ganharam ações contra a Venezuela miram a PDVSA
Os detentores de títulos não são os únicos que querem que a PDVSA pague. As empresas que já ganharam ações judiciais contra a Venezuela nos últimos anos colocaram a petroleira na mira.
Siobhan Morden, diretora de estratégia de renda fixa da Nomura Securities International para a América Latina, diz que é provável que qualquer ação contra a PDV Holdings seja rejeitada. De qualquer maneira, o litígio poderia durar anos e não teria impacto nos detentores de títulos que vencerem antes.
3) A PDVSA dá calote em dívida com garantia de participação na controladora da Citgo nos EUA
Quando a PDVSA não conseguiu realizar o pagamento de US$ 5,325 bilhões em outubro de 2016, ela praticamente implorou aos detentores que trocassem essas notas por outras com vencimento em 2020. Aproximadamente a metade deles aceitou, mas a PDVSA pagou um preço alto: para fechar o acordo ela comprometeu uma participação de 50,1 por cento na Citgo Holding como garantia para os novos títulos.
Se a PDVSA der calote nos títulos de 2020, os detentores teoricamente poderiam ficar com a Citgo Holding. E a entidade ainda teria que pagar todas as dívidas pendentes.
--Com a colaboração de Maria Jose Valero
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