Joesley Batista se entrega à polícia após ordem de prisão
(Bloomberg) -- Joesley Batista, o magnata brasileiro que transformou a JBS em uma potência global no setor de carnes, entregou-se à polícia, no mais recente capítulo de um escândalo que levou o Brasil de volta ao caos político e fez com que o império empresarial familiar encolhesse.
A J&F Investimentos, holding que controla a JBS, confirmou que Joesley e o executivo Ricardo Saud se entregaram aos policiais federais em São Paulo, na sequência de um pedido do Supremo para sua prisão. Anteriormente, juiz Edson Fachin emitiu os mandados de prisão e a suspensão temporária da imunidade concedida em um acordo de delação assinado pelos empresários com as autoridades brasileiras em maio.
A decisão do tribunal respondeu a um pedido de prisão temporária feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que disse que Joesley e Saud omitiram informações de testemunhos dados a promotores brasileiros no início deste ano, quando confessaram pagamento de propina e outros crimes. De acordo com o juiz, se os dois executivos fossem deixados em liberdade "encontrariam os mesmos estímulos voltados a ocultar parte dos elementos probatórios" de seu testemunho.
Em declaração emitida pela J&F, Joesley e Saud reafirmaram que eles não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada e que eles estão cumprindo o acordo. Eles reafirmaram que permaneceram totalmente à disposição para contribuir com a Justiça.
Em uma declaração separada, advogado dos dois executivos disse que a decisão de quebra unilateral, sem motivo, por parte do Estado, no caso representado pelo procurador-geral, gera uma insegurança geral para todos os delatores.
(Atualizações com declaração J&F no quarto parágrafo.)
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