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Londres supera polos financeiros apesar do Brexit, diz pesquisa

Gavin Finch

11/09/2017 12h03

(Bloomberg) -- Londres conservou a coroa de maior centro financeiro do mundo em um ranking que engloba uma pesquisa com profissionais do setor, ampliando sua liderança em relação a Nova York e Hong Kong apesar da incerteza atual em relação às consequências do Brexit.

A capital britânica caiu apenas dois pontos no último Global Financial Centres Index publicado pela Z/Yen e pelo Instituto de Desenvolvimento da China (CDI, na sigla em inglês), menor declínio entre os 10 maiores centros. Nova York manteve-se em segundo lugar, mas caiu 24 pontos de índice no geral, "presumivelmente devido aos temores em relação ao comércio exterior dos EUA", afirmou a pesquisa.

Frankfurt, Dublin, Paris e Amsterdã -- cidades que deverão receber os empregos do setor bancário que provavelmente terão que abandonar Londres -- subiram. Na Ásia, Hong Kong ultrapassou Cingapura e conquistou o terceiro lugar, enquanto outras cidades dos EUA, assim como Nova York, perderam pontos.

"As avaliações globais dos centros europeus continuaram oscilando, porque as pessoas estão especulando quais centros poderiam se beneficiar com o fato de Londres estar saindo da UE", disse Mark Yeandle, diretor associado do think tank Z/Yen, que tem sede em Londres, e autor do índice, no estudo divulgado nesta segunda-feira. "O protecionismo e as barreiras ao comércio internacional preocupam muita gente -- especialmente nos EUA."

O papel de Londres como principal centro bancário mundial estará ameaçado se o Brexit tirar das empresas com sede na cidade a capacidade de atender facilmente a clientes de toda a União Europeia. A maioria dos bancos internacionais atualmente vende seus bens e serviços em todo o bloco a partir de suas sedes em Londres, mas os chamados direitos de passaporte provavelmente não serão prorrogados depois que o Reino Unido sair da UE em 2019.

O índice tem sido divulgado duas vezes ao ano desde 2007, e os três maiores centros asiáticos foram gradualmente diminuindo a diferença em relação a Londres e Nova York ao longo da década. O ranking classifica 92 cidades em uma escala de 1.000 pontos que combina dados tão variados como as taxas de impostos e as taxas de criminalidade, fornecidos por organismos como o Banco Mundial e a OCDE, além das respostas a uma pesquisa com mais de 3.000 pessoas que aborda áreas abrangentes, incluindo ambiente de negócios, infraestrutura, capital humano e reputação.