IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Google entra na corrida do pagamento móvel na Índia

Saritha Rai

18/09/2017 14h16

(Bloomberg) -- O Google, da Alphabet, lançou um serviço de pagamentos digitais projetado especificamente para a Índia em um momento em que aumenta a disputa pelos bilhões de potenciais usuários do país.

Tez, a palavra em hindi para "rápido", estreou nesta segunda-feira para download no iPhone e em dispositivos Android em um campo cada vez mais disputado. O serviço é compatível com a Interface Unificada de Pagamentos (UPI, na sigla em inglês) respaldada pelo governo indiano, que simplifica transações financeiras e transferências de dinheiro entre bancos. Os usuários podem pagar diretamente de suas contas nos principais bancos locais, como o State Bank of India, e transferir dinheiro para outros usuários do Tez sem compartilhar detalhes pessoais. Embora o Tez esteja voltado exclusivamente para a Índia por enquanto, o aplicativo pode ser adequado para outros países no futuro, disse o vice-presidente do Google, Caesar Sengupta, a jornalistas nesta segunda-feira.

As transações digitais no país dispararam depois que o governo do primeiro-ministro Narendra Modi proibiu as cédulas de alto valor em novembro, tirando de circulação mais de 85 por cento do dinheiro em espécie do país. O governo tem desde então impulsionado a tecnologia financeira com incentivos e uma série de iniciativas, como lockers digitais e autenticação de usuários com base em seu programa de identidade digital Aadhaar.

O novo serviço do Google vai além do Android Pay porque pode se vincular aos aplicativos de pagamento de uma série de bancos indianos e a serviços do Paytm Payments Bank e da One MobiKwik Systems. Embora a Índia continue sendo uma economia dependente do dinheiro em espécie, estima-se que o novo setor de pagamentos digitais crescerá para US$ 500 bilhões até 2020, contra US$ 50 bilhões em 2016, afirmou a PwC India em um relatório recente.

Entre os entusiasmados para entrar neste mercado estão o serviço de mensagens WhatsApp, do Facebook, que está em discussões com o criador da UPI, a National Payments Corporation of India, para elaborar um serviço compatível com a interface. O app Truecaller, que bloqueia spam, já oferece pagamentos no aplicativo, assim como o serviço de mensagens local Hike, financiado pela Tencent Holdings e pela Foxconn Technology Group.

Vários bancos indianos têm seus próprios aplicativos de pagamentos digitais, que geram receita cobrando uma porcentagem em cada transação. O Paytm Payments Bank deverá lançar um fundo do mercado monetário que irá oferecer juros aos detentores de dinheiro nas contas Paytm.

Para o Google, a Índia é um mercado vital onde vários de seus produtos, incluindo o motor de pesquisa, o sistema operacional Android e o Maps, têm posições dominantes no mercado. A Índia se tornou um foco importante para a companhia, que projeta que o número de usuários de internet no país chegará a 650 milhões até 2020, contra cerca de 400 milhões atualmente.