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Novos táxis pretos elétricos de Londres impulsionam alumínio

Mark Burton

18/09/2017 10h22

(Bloomberg) -- Os táxis pretos de Londres passaram a ser elétricos, mostrando que a nova onda da tecnologia automotiva já está modificando a indústria de metais.

Após permanecer fechada por três anos devido ao mercado fraco, a fábrica de alumínio da Sapa no sul do País de Gales reabrirá nesta semana para fornecer peças leves a fabricantes de automóveis como a London Electric Vehicle, fabricante dos táxis pretos.

Isso faz parte do renascimento do alumínio, componente-chave da tecnologia dos novos automóveis. Os preços subiram quase 40 por cento desde o início de 2016 em meio à repressão chinesa contra a capacidade ilegal e a novas fontes de demanda. O setor foi atingido pelos problemas de excesso de oferta no início da década e o metal ainda está 37 por cento abaixo do recorde de 2008.

As fabricantes de automóveis estão recorrendo ao alumínio e a outros metais leves para aumentar as distâncias dirigidas e reduzir a poluição atmosférica, que causa quase 10.000 mortes prematuras por ano em Londres. A fabricante de táxis está investindo US$ 400 milhões para produzir veículos elétricos equipados com chassi de alumínio e o Reino Unido planeja eliminar o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis até 2040.

"Vemos um uso cada vez maior de alumínio como o material que ajudará as empresas automotivas a cumprirem suas metas de baixo peso", disse Barnaby Struthers, gerente de vendas da Sapa Automotive no Reino Unido, em entrevista. "Na vanguarda disso há diversas produtoras de automóveis do Reino Unido."

O alumínio é a matéria-prima de melhor desempenho deste ano entre os 22 contratos monitorados pelo Bloomberg Commodity Index. O mercado global de alumínio poderia passar a ter um déficit significativo devido aos cortes de oferta na China, segundo relatório de julho da Wood Mackenzie.

A Sapa, com a ajuda do governo galês, investiu 9,6 milhões de libras (US$ 12,7 milhões) na remodelação da fábrica e pode criar 130 empregos na planta de Bedwas nos próximos cinco anos.

A produção de peças de alta qualidade também pode ajudar a Sapa a ampliar seus lucros, disse John Thuestad, vice-presidente executivo da divisão de extrusão da Sapa, em entrevista. A empresa norueguesa foi criada em 2013 quando a Norsk Hydro e a Orkla combinaram suas divisões de extrusão de alumínio, uma técnica de fabricação usada para moldar o metal. A empresa deverá ser uma subsidiária integral da Norsk Hydro no fim do ano.

Existe o risco de as tarifas de exportação aumentarem após o Brexit, mas o fato de ter a London Electric Vehicle e outras empresas automotivas do Reino Unido como clientes locais de longo prazo reforçou o argumento para a reabertura da planta de alumínio, segundo a Sapa.

"A curto e médio prazos, não vemos nenhum desafio com o Brexit", disse Thuestad.