Minério volta a casa dos US$ 60 com preocupação com oferta
(Bloomberg) -- O minério de ferro foi puxado de volta para a casa dos US$ 60 após ser atingido por uma série de notícias ruins, como a insistente preocupação com o aumento da oferta global, novos questionamentos sobre a perspectiva para a demanda na China e um alerta do banco central da Austrália de que o principal comprador pode estar se aproximando do pico da produção de aço.
O preço à vista de referência para o minério entregue em Qingdao caiu 10 por cento nos últimos quatro dias, encerrando a US$ 68,85 a tonelada seca na terça-feira, menor patamar desde julho, segundo a Metal Bulletin. A forte queda da commodity, que chegou a quase US$ 80 em agosto, surge após a primeira perda semanal consecutiva desde junho.
"À medida que caminhamos para o quarto trimestre vemos o recuo da demanda da China, a queda da demanda pelo aço", disse Paul Butterworth, gerente de pesquisa de matérias-primas do aço da CRU International, em entrevista em Cingapura. "É bastante provável que as siderúrgicas digam 'bem, temos material suficiente nas mãos no momento, por isso podemos nos retirar do mercado por enquanto'."
O minério de ferro está sob pressão porque o enfraquecimento dos dados da China prejudicou as perspectivas para os próximos meses no momento em que a maior fabricante de aço do mundo planeja reduzir a produção no inverno (Hemisfério Norte) para diminuir a poluição. Na terça-feira, o banco central da Austrália afirmou que os preços cairão em meio ao aumento da oferta e às perspectivas de que a produção de aço na China está se aproximando do pico em uma base per capita. A parte continental do país é a maior importadora de minério do mundo e recebe cargas das gigantes da mineração Rio Tinto, BHP Billiton, Fortescue Metals Group e Vale.
"Mesmo que a demanda pelo aço recue, o setor siderúrgico está melhor estruturado hoje para gerenciar essa demanda reduzida, por isso a rentabilidade cairia em relação aos níveis atuais, mas ainda seria positiva", disse Butterworth. Mas "as matérias-primas podem cair de forma mais significativa, em particular o minério de ferro, já que, em essência, ainda temos material novo chegando ao mercado", disse ele, sinalizando uma queda para em torno de US$ 60.
O Citigroup informou em relatório nesta quarta-feira que espera uma queda do minério de ferro para US$ 53 no ano que vem, impulsionada pelo aumento da oferta e pela preocupação em relação a uma desaceleração da China. As exportações australianas poderão aumentar de 841 milhões de toneladas em 2017 para 880 milhões em 2018 e as do Brasil subiriam de 385 milhões para 407 milhões, disse.
Dados deste mês mostram que a produção industrial chinesa e o investimento em ativos fixos diminuíram em agosto, o que sugere que os esforços do país para controlar a expansão do crédito e reduzir o excesso de capacidade estão funcionando. Em mais um sinal de resfriamento, números divulgados na segunda-feira mostraram que os preços das residências subiram no menor número de cidades desde janeiro.
--Com a colaboração de Martin Ritchie David Ingles e Ranjeetha Pakiam
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