China recebe bilhões de queixas por notícias falsas
(Bloomberg) -- Os chineses também têm um problema com as notícias falsas.
De Alex Stamos do Facebook até Steve Ballmer, os executivos de tecnologia dos EUA têm tentado nos últimos dias dissipar a noção de que existe uma solução rápida para a proliferação de informações espúrias ou insidiosas na internet, um fenômeno que, segundo os críticos, exerce uma influência excessiva e insalubre no discurso público e nas eleições. O presidente da Baidu, Zhang Yaqin, diz que a China enfrenta desafios semelhantes, apesar de operar uma das maiores e mais sofisticadas máquinas de vigilância on-line do mundo.
As empresas na China, onde a liberdade de expressão é restringida por programas de censura, há muito empregam uma mistura de tecnologias avançadas e agentes humanos no ciberespaço para policiar a internet. A Baidu, o maior motor de busca da China, utiliza tecnologia para detectar informações potencialmente falsas antes de recorrer a agências locais, como a administração do ciberespaço, para verificar itens. Um dos três maiores players da internet no país, a companhia verifica três bilhões de reclamações de notícias falsas por ano -- um problema que considera um desafio global.
"Todos os anos recebemos cerca de 3 bilhões de reclamações, pedidos que precisamos verificar porque poderiam ser notícias falsas", disse Zhang. "Estamos usando uma combinação de tecnologia e autorização de conteúdo para minimizar as notícias falsas."
Da Tencent Holdings à Weibo, pertencente à Sina, as redes sociais do país empregam tecnologia e exércitos de analistas para explorar seus serviços em busca de conteúdos indesejáveis, que, no caso da China, vão além de rumores e afirmações infundadas e incluem toda e qualquer informação considerada prejudicial à estabilidade social. No entanto, até mesmo as operadoras on-line mais bem financiadas têm dificuldade em acompanhar o ritmo: os policiais cibernéticos do país multaram a Tencent, a Weibo e a Baidu recentemente, em setembro, por hospedar conteúdo ilegal. Dias depois, a Weibo - a versão chinesa do Twitter -- começou a recrutar "supervisores" entre seus próprios usuários e a oferecer recompensas pela denúncia de problemas.
"Temos a obrigação de garantir que o usuário obtenha um bom conteúdo, mas isso continua sendo um desafio para nós, para outras empresas na China e para empresas nos EUA", disse Zhang.
O problema persiste apesar de a China ter algumas das normas mais estritas para impedir a propagação de "false news". Recentemente, o país estabeleceu regulamentos que obrigam os participantes de fóruns a se registrarem com a identidade real, e suas leis podem levar à prisão quem publicar informações falsas difamatórias, de acordo com o último relatório anual da Weibo.
Mas Zhang disse que para corrigir o problema é necessário usar tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, e estabelecer uma cooperação ainda mais estreita com os órgãos reguladores governamentais relevantes.
A pressão para que os serviços de redes sociais, do Google ao Twitter, tentem reduzir a proliferação de notícias falsas e propagandas direcionadas está aumentando. O diretor de segurança do Facebook, Stamos, disse na semana passada que era muito difícil detectar notícias falsas e propaganda usando programas de computador. Este é um ponto de vista compartilhado por Ballmer, ex-CEO da Microsoft.
--Com a colaboração de Selina Wang
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