Produção de petróleo saudita sofrerá maior corte desde 2015
(Bloomberg) -- A Arábia Saudita prometeu fazer "o que for preciso" para acabar com a abundância mundial de petróleo. Se reduzir a oferta em novembro tanto quanto promete, o reino produzirá e exportará cerca de um milhão de barris por dia a menos do que no ano passado.
E isso é praticamente tudo o que o maior exportador mundial de petróleo - e pilar de um plano global para fortalecer os mercados de petróleo bruto - pode fazer para apoiar os preços: produzir e vender menos.
A empresa estatal Saudi Aramco planeja extrair uns 9,77 milhões de barris por dia no mês que vem, produção que seria a menor desde janeiro de 2015. É cerca de um milhão de barris diários a menos do que os 10,72 milhões extraídos em novembro de 2016. Os sauditas divulgaram seus planos de produção na segunda-feira, quando o Ministério da Energia anunciou que em novembro a Aramco abastecerá os compradores com menos petróleo do que eles pediram. Bem menos.
Os clientes do país disseram à petroleira estatal, conhecida formalmente como Saudi Arabian Oil Co., que queriam mais de 7,7 milhões de barris de petróleo por dia. O produtor informou que eles só poderiam receber 7,15 milhões de barris por dia.
A quantidade supera os 6,68 milhões de barris que os sauditas exportaram em setembro, segundo dados de monitoramento de petroleiros da Bloomberg. Mas a Arábia Saudita havia exportado mais de 8 milhões de barris em novembro de 2016, e normalmente as exportações caem durante os meses do verão boreal, quando o reino desértico usa uma maior parte do próprio petróleo para manter usinas elétricas e ares-condicionados em pleno funcionamento. Além disso, este verão boreal coincidiu com as iniciativas do ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, para restringir as vendas e esgotar os estoques globais de petróleo bruto.
Clientes terão que procurar em outro lugar os 560.000 barris de petróleo bruto por dia que eles não receberão dos sauditas. Eles poderiam pedir a outros dois países-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo, o Equador e o Catar, mas os compradores precisariam de mais ou menos todo o petróleo produzido por um dos dois países - se ele estivesse disponível - para compensar a redução das vendas da Arábia Saudita.
Os sauditas, que disseram esperar que outros participantes do acordo de redução da produção sigam seu "exemplo extraordinário", devem ter a esperança de que os sócios no acordo não atendam, roubando para si, aos clientes do reino.
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