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VW lançará caminhão e ônibus elétricos em aposta de US$ 1,7 bi

Christoph Rauwald

11/10/2017 15h20

(Bloomberg) -- A Volkswagen está somando à aposta nos carros elétricos novos planos de lançamento de veículos comerciais movidos a bateria destinados a áreas urbanas em meio ao aumento da demanda gerado pela preocupação pública maior com a qualidade do ar.

A divisão Volkswagen Truck & Bus investirá 1,4 bilhão de euros (US$ 1,7 bilhão) em novas tecnologias, como trens de transmissão elétricos, sistemas autônomos e softwares baseados em nuvem, disse Andreas Renschler, chefe da unidade, na quarta-feira, em entrevista, em Hamburgo. Para ajudar a distribuir os custos, a afiliada norte-americana Navistar International adotará o trem de transmissão elétrico.

O caminhão movido a bateria da VW, apelidado de e-Delivery, deixará as linhas de montagem do Brasil em 2020, enquanto as marcas MAN e Scania da fabricante alemã entregarão ônibus totalmente elétricos no ano que vem a cidades europeias, ampliando assim as linhas da empresa de veículos movidos a biodiesel, com sistemas híbridos e a gás natural.

"Nós acreditamos em um amplo leque de trens de transmissão e combustíveis alternativos, dependendo da disponibilidade local, da demanda social e local e das exigências do cliente", disse Renschler, em evento para a imprensa. "Portanto, é crucial que as autoridades adotem uma abordagem neutra em relação à tecnologia" em todas as regulações.

Os caminhões elétricos para entregas locais provavelmente terão uma participação de mercado superior a 5 por cento até 2025, segundo Renschler. A fatia contrasta com a previsão de cerca de 25 por cento para o mercado de automóveis movidos a bateria. As fabricantes de veículos comerciais têm mostrado lentidão no desenvolvimento de modelos elétricos porque as cargas são mais pesadas do que os carros e esses veículos atendem a um leque mais amplo de necessidades industriais.

Diferenças regulatórias

Para complicar a situação, os caminhões já variam significativamente em cada parte do mundo devido às diferenças nas regulações, o que torna difícil a fabricação de veículos em quantidades suficientemente grandes para gerar economias de escala. No rescaldo do escândalo da fraude nas emissões da Volkswagen, alguns municípios estão procurando proibir os motores a diesel para reduzir a poluição atmosférica.

A concorrente alemã Daimler, maior produtora de veículos comerciais do mundo e antiga empregadora de Renschler, intensificou o desenvolvimento de motores, incluindo versões totalmente elétricas e híbridas, além de serviços digitais, para defender sua liderança. A Volkswagen também enfrenta novas rivais como a Tesla, que apresentará um caminhão movido a bateria em 16 de novembro.

A melhora da tecnologia das baterias será fundamental para tornar os caminhões elétricos mais atraentes por meio da redução do custo operacional, disse Renschler. Além dos preços maiores dos sistemas e os desafios da recarga, os conjuntos de bateria "são pesados e roubam espaço", reduzindo a capacidade de carga, disse Renschler.

"Com os ônibus urbanos, estamos simplesmente atingindo o ponto de equilíbrio em comparação com as soluções convencionais", disse Renschler. "A expectativa é que os caminhões elétricos para distribuição se tornem rentáveis entre 2020 e 2025" e que os veículos pesados de longo curso movidos a bateria vão "demorar" para gerar lucro para seus proprietários.