Facebook e Snap mostram força no setor de vídeo em Cannes
(Bloomberg) — A fila mais longa da conferência global de TV e conteúdo digital deste ano em Cannes formou-se para o discurso de uma empresa que, até algumas semanas atrás, não fazia parte do mundo da televisão.
Lotando o Grand Palais às margens da Riviera Francesa, produtores e executivos de mídia ouviram o Facebook apresentar sua visão sobre entretenimento na telinha. Os executivos de Mark Zuckerberg descreveram um futuro em que o feedback das redes sociais vai moldar os enredos, os espectadores vão interagir em tempo real com os programas e episódios curtos vão atrair telespectadores para as telas de aparelhos móveis.
"O vídeo está detonando no Facebook", disse Daniel Danker, diretor de produtos de vídeo da gigante da tecnologia. "O objetivo de mais e mais pessoas que abrem o aplicativo é assistir a vídeos."
Facebook e Snap estão incursionando por programas semelhantes aos da TV para aparelhos móveis, a mais recente tentativa de conseguir que os usuários passem mais tempo em suas plataformas, a fim de aumentar a receita com publicidade. Para as empresas tradicionais de mídia, isso representa tanto uma oportunidade quanto um desafio, disse David Zaslav, CEO da Discovery Communications.
"A ameaça, para todos nós, é descobrir se eles são amigos ou inimigos", disse Zaslav. "Até agora, eles estão mais para amigos."
Em uma espécie de consolidação dessa amizade de vídeo, a Discovery anunciou um acordo com a Snap para dar aos usuários dessa rede social clipes dos bastidores e reportagens selecionadas sobre os próximos Jogos Olímpicos de Inverno, cujos direitos de transmissão pertencem à Discovery. A Snap também revelou uma parceria com a NBCUniversal, que investiu US$ 500 milhões na oferta pública inicial da startup, para criar programas roteirizados para o Snapchat. Dado que os usuários passam rapidamente pelo aplicativo, os programas no Snap precisam ser rápidos e conversacionais, disse Sean Mills, diretor de conteúdo original da empresa.
Nesta semana, o Facebook esclareceu mais sobre suas ambições para o produto "Watch", uma seção da rede social onde os usuários podem acompanhar, compartilhar e discutir programas originais. Após o lançamento nos EUA em agosto, o Facebook pretende lançar o recurso internacionalmente, disse Danker. A preocupação para a velha guarda do setor de mídia é a possibilidade de que o Facebook siga os passos de empresas como a Netflix e passe a investir significativamente na produção de seus próprios programas, o que poderia afastar os espectadores da TV tradicional.
"Ainda estamos em etapas iniciais, tentando entender as coisas", disse Ricky Van Veen, chefe de estratégia criativa global do Facebook, quando consultado se esse era o plano da empresa. "Sempre me inclino para o lado dos criadores, a colocar o foco neles, afinal, nosso objetivo é amplificar essas vozes."
Mills, da Snap, também minimizou a ameaça que a empresa representa para a velha guarda da mídia, enfatizando que a companhia busca estabelecer novas parcerias.
"Para nós, o vídeo móvel é um ótimo complemento para a televisão", disse Mills. "Não consideramos que seja um concorrente."
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