Teste aumenta notas de mulheres em 89% em MBAs
(Bloomberg) -- A faculdade de Administração INSEAD tinha um problema persistente com seus MBAs. As notas das estudantes mulheres eram consistentemente menores do que as dos homens. Por isso, uma professora resolveu elaborar um experimento: pediu que todos os estudantes, homens e mulheres, fizessem um teste para afirmar seus valores fundamentais -- e conseguiu melhorar as notas das mulheres em 89 por cento.
O teste não surtiu efeito nos homens, mas as notas dos MBAs das mulheres alcançaram os níveis das dos homens em ambos os campi, em Cingapura e em Fontainebleau, na França, segundo Zoe Kinias, professora originária dos EUA que o desenvolveu. O teste acaba dando às mulheres "um escudo invisível" contra o sentimento de subvalorização em ambientes onde há maioria masculina, disse Kinias, em entrevista no campus da INSEAD em Cingapura, onde ensina comportamento organizacional.
Agora, pelo menos um grande banco com sede em Cingapura está adaptando o teste aos seus funcionários, segundo a Associação das Mulheres do Setor Financeiro de Cingapura, que está trabalhando com a INSEAD para encontrar instituições financeiras dispostas a implementá-lo. Uma empresa farmacêutica de Cingapura também estuda fazê-lo.
"A realização atenta desse tipo de intervenção pode melhorar o equilíbrio entre gêneros em qualquer lugar no qual as mulheres estejam sub-representadas e onde exista a crença de que os homens são mais adequados para o trabalho, inclusive na liderança de empresas multinacionais competitivas", disse Kinias.
Como as mulheres continuam sub-representadas em setores como finanças e tecnologia, esse método de intervenção para melhorar o desempenho por meio da construção da autoestima pode ajudar a combater o desequilíbrio entre gêneros -- o que a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento estima que gera até US$ 12 trilhões em prejuízos para a economia global -- particularmente em empresas nas quais "as mulheres têm dúvidas sobre valorização, sobre merecimento, sobre serem levadas a sério, e precisam trabalhar muito mais para provar que são capazes", disse Kinias.
Teste de valores
No teste dado na orientação da INSEAD para os estudantes que ingressam, eles recebem uma lista de 10 valores, dos quais devem escolher três e explicar por que e como os valores são importantes e estão sendo implementados na vida cotidiana. Não há resposta correta. Não foram observadas diferenças culturais ou geográficas significativas entre a França e Cingapura nos cinco anos desde o início do experimento, disse Kinias.
O simples fato de refletirem sobre quem são e sobre o que é importante para elas e por que, aumenta a confiança e, consequentemente, o desempenho das mulheres, reduzindo a diferença nas notas médias das mulheres, antes de 2,8 em 4, contrastando com o 3,2 dos homens.
"A intervenção iguala as condições em termos de assertividade e confiança no início do nosso programa", disse Timothy Van Zandt, coordenador da faculdade e de pesquisa da INSEAD na França, por telefone. "As faculdades de Administração têm a responsabilidade" de ajudar as mulheres a terem sucesso em um ambiente no qual "se sintam igualmente respeitadas e empoderadas".
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