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UBS quer expandir equipe de inteligência artificial

Ksenia Galouchko

24/11/2017 11h42

(Bloomberg) -- O UBS Group está expandindo sua equipe de inteligência artificial, uma das poucas áreas do setor bancário nas quais a demanda por talentos está crescendo.

"Atualmente estamos recrutando mais pessoas para o ramo de inteligência artificial", disse Veronica Lange, chefe de inovação do maior banco da Suíça, em entrevista em Moscou. "São cientistas de dados, arquitetos, analistas de negócios."

Inteligência artificial, ou IA, é uma referência à tecnologia capaz de executar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. Grandes bancos internacionais, como o UBS, estão usando IA para vasculhar enormes bancos de dados atrás de informações sobre clientes e mercados que poderiam ajudá-los a se manterem competitivos em um momento em que cada vez mais empresas de tecnologia estão entrando no ramo de serviços financeiros.

O UBS lançou uma assessoria-robô no ano passado que usa algoritmos para ajudar os clientes a construírem e gerenciarem portfólios com pouca ou nenhuma interação humana. O Credit Suisse introduziu uma plataforma de consultoria digital semelhante em Hong Kong e Cingapura em julho.

Prevenção de fraudes, otimização e gerenciamento de riscos também são áreas nas quais a tecnologia pode ser aplicada, disse Lange. Ela preferiu não informar quantas pessoas o banco pretende contratar.

"Formamos uma série de projetos nos últimos anos", disse ela. "Acreditamos que isso é realmente fundamental, porque o futuro está no banco cognitivo."

Escassez de talentos

Cerca de nove entre 10 instituições de serviços financeiros estão trabalhando com tecnologias de IA, segundo pesquisa de 2017 da Deloitte e do grupo setorial EFMA. Após indagar cerca de 3.000 executivos na Europa, no Oriente Médio e na África, a pesquisa identificou a escassez de talentos técnicos como um de seus maiores desafios, especialmente na fase final dos projetos, quando a necessidade de especialistas altamente qualificados muitas vezes aumenta.

Embora precisem fazer contratações externas para preencher o déficit de talento em IA, a maior parte das organizações está tendo problemas para encontrar os talentos certos, afirmaram a EFMA e a Deloitte em um relatório sobre as conclusões.

Isso vai de encontro à tendência segundo a qual a automação e a digitalização permitem que os bancos façam seu trabalho com menos funcionários. O CEO do UBS, Sergio Ermotti, disse que a próxima década pode trazer uma redução de 30 por cento na equipe do banco, em parte sem demissões.

A inteligência artificial "é uma tecnologia incipiente no setor bancário e ainda precisamos ampliar o número de praticantes no setor", disse Lange, quando indagada se o UBS estava com dificuldades para encontrar candidatos qualificados. Ela preferiu não fornecer mais detalhes.