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Fornecedores das roupas Nike e Zara criam suas próprias marcas

Yoojung Lee e Sterling Wong

30/11/2017 13h30

(Bloomberg) -- A Hansae tem um grande motivo de orgulho: um em cada três americanos usa suas roupas. Se você nunca ouviu falar dela, nem da Sae-A Trading ou da Youngone, talvez você as conheça melhor pelas etiquetas que elas costuram nas peças: Zara, Abercrombie & Fitch, Nike, Patagonia e muitas outras.

Elas são as empresas sul-coreanas que, junto com algumas outras da Ásia, dominam o mundo do vestuário há anos, fabricando sapatos e camisas na Coreia do Sul na década de 1980 e depois transferindo fábricas para a China e para outros países em desenvolvimento à medida que os custos trabalhistas aumentavam. Depois de três décadas fabricando roupas para os outros, elas querem suas próprias marcas.

"Este é um mercado altamente comodificado", disse Anna-Karin Birnik, consultora de marcas em Cingapura. "Muitas empresas veem a oportunidade não apenas de fabricar para outros, mas, como têm a capacidade de fabricação, de aproveitar isso para desenvolver marcas próprias e pedir um preço mais alto."

A iniciativa para aumentar as margens ganhou força nos últimos 12 meses, depois que uma acumulação de estoque não vendido em redes de varejo dos EUA provocou uma queda nas importações de roupas nos EUA a partir do primeiro trimestre de 2016. O lucro operacional da Hansae caiu 43 por cento em 2016, para 81,6 bilhões de wons (US$ 70,4 milhões). A Youngone, que fabrica roupas esportivas e para atividades ao ar livre para a Nike e a Patagonia, sofreu queda de 8,8 por cento, para 179,4 bilhões de wons.

No ano passado, a Hansae adquiriu a varejista local MK Trend, agora denominada Hansae MK, com marcas de roupas informais, como TBJ, Andew e Buckaroo. A participação da empresa na receita por ser fabricante do equipamento original (OEM, na sigla em inglês) -- fabricando bens para outras marcas -- caiu para cerca de 80 por cento após a aquisição, de mais de 90 por cento no ano passado.

Fluxos de caixa

O fundador Kim Dong-nyung, que preside a matriz do grupo, disse em outubro que 30 por cento do lucro operacional deste ano deverá vir da unidade de marca própria e que o número aumentará. A Hansae registrou 1,5 trilhão de wons (US$ 1,38 bilhão) em vendas em 2016.

"As OEMs de roupas têm fluxos de caixa bons porque têm poucas despesas de caixa quando atingem determinado porte, e estão em condições financeiras estáveis, o que as ajuda a aumentar os dividendos ou a fazer investimentos", disse Na Eun-chae, analista em Seul da Korea Investment & Securities. Elas "estão mais interessadas em investimentos, em expandir seus negócios para crescer".

A Sae-A, empresa de capital fechado que opera mais de 40 fábricas em 10 países, incluindo Vietnã, Guatemala e Haiti, assumiu em 2007 a varejista sul-coreana de moda feminina In The F, que possui marcas como Joinus e Compagna.

A Sae-A, que informou 1,9 trilhão de wons em receita no ano passado, pretende expandir essa unidade lançando uma série de roupas de golfe em 2018. O fundador e presidente do conselho da Sae-A, Kim Woong-ki, começou sua empresa em 1986 com dois funcionários e agora tem uma riqueza líquida de cerca de US$ 720 milhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. A companhia preferiu não comentar a riqueza líquida de Kim.

--Com a colaboração de Rachel Chang