Grupo processa Google em nome de 5 milhões de usuários do iPhone
(Bloomberg) -- O Google foi processado por um grupo de consumidores britânicos que alega que a empresa coletou indevidamente dados pessoais de milhões de usuários do iPhone, da Apple.
O grupo, chamado Google You Owe Us ("Google, você nos deve", em português), afirmou em comunicado, nesta quinta-feira, que este é o primeiro caso do tipo no Reino Unido contra uma grande empresa de tecnologia pelo suposto uso indevido de dados pessoais. Diz também que a unidade da Alphabet coletou ilegalmente informações pessoais dos usuários, ignorando a configuração padrão de privacidade do iPhone.
Richard Lloyd, que atua em defesa do consumidor e conduz o caso, disse que queria "enviar uma mensagem forte ao Google e a outras gigantes da tecnologia do Vale do Silício de que não temos medo de contra-atacar se nossas leis forem violadas". O grupo afirmou que cada um dos 5,4 milhões de clientes poderia receber "várias centenas de libras" se a ação judicial, aberta em Londres na quarta-feira, for bem-sucedida.
A privacidade é um assunto polêmico entre as fabricantes dos aparelhos mais populares do mundo, como Apple, Samsung e Google. Em 2015, a Apple passou a permitir que os usuários do iPhone e do iPad começassem a instalar bloqueadores de conteúdo -- um software capaz de bloquear anúncios em websites, por exemplo -- em seus dispositivos como forma de oferecer às pessoas mais controle sobre a coleta e o uso de suas informações.
O Google, que tem sede em Mountain View, na Califórnia, disse que a ação judicial não é novidade.
"Não acreditamos que tenha mérito e a contestaremos", afirmou a empresa em comunicado.
O grupo afirma que o Google usou um algoritmo para enganar os iPhones para que liberassem dados pessoais a partir do navegador Safari em 2011 e 2012.
Lloyd disse na quinta-feira que as ações do Google eram "totalmente ilegais".
"As ações deles afetaram milhões de pessoas e pediremos na Justiça a remediação dessa enorme quebra de confiança", disse ele. O grupo afirma que todos os consumidores afetados já fazem parte da queixa, mas podem optar por serem excluídos se desejarem.
No Reino Unido, grupos têm permissão para entrar com ações representando milhões de pessoas, mesmo que essas pessoas não tenham solicitado representação, diz Paul Baker, sócio do escritório de advocacia Simmons & Simmons. Mas para triunfar na Justiça, devem mostrar que esses clientes compartilham dos mesmos interesses, diz ele, o que pode tornar mais difíceis ações judiciais de grupo como esta.
As gigantes da tecnologia dos EUA atraíram a ira dos órgãos reguladores da privacidade da UE por combinarem dados de usuários para exibir anúncios segmentados. O Facebook recebeu a multa máxima de 150.000 euros (US$ 178.000) do órgão regulador da França por fazer isso e por rastrear usuários ilegalmente por meio de cookies.
O Google não foi poupado do escrutínio das autoridades da UE. No início do mês, a Agência Espanhola de Proteção de Dados multou o Google em 300.000 euros por processar ilegalmente dados de usuários coletados por meio do serviço de mapas Street View e a Comissão Europeia aplicou uma penalidade antitruste de 2,4 bilhões de euros à gigante de pesquisa em junho por modificar resultados para ofuscar serviços menores de pesquisa de compras.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.