Turismo em Porto Rico mostra primeiros sinais de recuperação
(Bloomberg) -- Quase três meses depois que o furacão Maria afligiu Porto Rico como uma tempestade quase de categoria 5, um terço da ilha continua sem eletricidade. Cerca de dois terços de suas 45.000 pequenas empresas foram fechadas e quase 10.000 delas planejam nunca mais reabrir as portas. A menos de 210 quilômetros dali, as Ilhas Virgens Britânicas começaram a sair do modo crise para entrar em recuperação após a devastação causada pelo furacão Irma, sendo que as terras e os litorais continuam passando pelo processo de limpeza.
No entanto, nas últimas semanas, um sinal de esperança chegou ao porto de ambos os destinos: navios de cruzeiro. Sem necessidade real de infraestrutura terrestre, os três primeiros navios a chegar a Tortola e Virgin Gorda depois do Irma ? o Crystal Esprit, de 62 passageiros, o SeaDream, de 112 passageiros, e o Marella Discovery, de 2.076 passageiros ? ancoraram nas primeiras duas semanas de dezembro. As empresas de iates mais importantes das Ilhas Virgens Britânicas, Sunsail e Moorings, também reativaram seus serviços de charter no dia 9 de dezembro.
Enquanto isso, em Old San Juan, uma celebração de boas-vindas foi realizada no dia 30 de novembro como lembrete ? para os moradores locais e os primeiros 7.000 turistas de cruzeiros depois da tempestade ? de que os porto-riquenhos são proficientes em força de vontade e em ritmos complexos. Após as duas chegadas do dia, do Freedom of the Seas, da Royal Caribbean Cruises, e do Conquest, da Carnival, o porto retomou suas operações completas de cruzeiro, com paradas regulares de mais de 10 empresas, como Norwegian, Viking e Celebrity Cruises.
Para os moradores de San Juan, este é um marco que merece ser comemorado. "Se há algo que distingue os porto-riquenhos, é nosso espírito hospitaleiro", disse Carla Campos, diretora de marketing da Puerto Rico Tourism. E eles vão comemorar: de agora até o final de janeiro, os moradores continuarão a celebrar cada cruzeiro que chegar a San Juan. "Todos os que chegarem através desses cruzeiros verão música e apresentações tradicionais nas ruas", afirmou Campos. "Todas as lojas estão abertas. Empresários estão preparando atrações especiais e decorações."
Campos projeta que os cruzeiros terão um impacto econômico total de cerca de US$ 25 milhões em novembro e dezembro. Esse número representa 58 chegadas de cruzeiros e mais de 110.000 visitantes ? números que não se desviam significativamente da norma de Porto Rico, disse ela. O setor não voltou à tona tão rapidamente, e com tanta força, por acaso.
"Nós hospedamos pessoalmente executivos de alto nível de cada linha de cruzeiro para que eles pudessem ver, em primeira mão, a resiliência de nossos serviços e infraestrutura, e isso nos permitiu retomar nosso calendário de operações intacto", explicou Campos.
Em Porto Rico, país em dificuldades financeiras que estava à beira da falência antes das tempestades, o turismo sempre foi bom para a economia e chega a representar 15 por cento do produto interno bruto. Nas Ilhas Virgens Britânicas, essa proporção chega a 30 por cento. Mas lá, a história é outra.
"O cais de cruzeiros está operacional e tem capacidade para receber navios", disse Sharon Flax-Brutus, diretora de turismo das Ilhas Virgens Britânicas, "mas não estamos aceitando navios maiores, com mais de 4.000 passageiros, para nossos destinos até que possamos reconstruir mais de nossa infraestrutura".
O escritório de Flax-Brutus estima que os passageiros dos cruzeiros gastam em média US$ 89 em terra ? um número que, embora não seja extravagante, somou US$ 45 milhões em 2015. Isso pode significar muito para as comunidades de Tortola e Virgin Gorda, que perderam tudo, de suas casas ao emprego em tempo integral. Mas há um porém: "Nós construímos um brand equity e uma fidelidade à marca para as Ilhas Virgens Britânicas como um destino de luxo", disse Flax-Brutus, "e queremos que os visitantes retornem quando estivermos orgulhosos do que temos para oferecer".
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