Facebook vai 'fazer melhor' para limitar abusos na internet
(Bloomberg) — O Facebook se dispõe a "fazer melhor" para aumentar a privacidade, conter a disseminação de discursos de ódio e combater o abuso da rede social para influenciar eleitores. A promessa foi feita pela diretora operacional, Sheryl Sandberg, a uma plateia em Bruxelas da qual participava um comissário da União Europeia.
"Sabemos que as empresas de tecnologia precisam fazer melhor e que nós no Facebook precisamos fazer melhor. Temos muito a melhorar", disse Sandberg. "Não fizemos o bastante para frear o abuso da nossa tecnologia."
O Facebook e outras plataformas de internet enfrentam leis na Europa toda que podem obrigá-los a aumentar esforços para impedir que conteúdo de terrorismo apareça e se espalhe online. Novas leis de privacidade entram em vigor na UE em maio e firmas que violam essas leis podem enfrentar multas pesadas. Os órgãos reguladores também investigam se algumas plataformas foram utilizadas para influenciar votos de maneira injusta, como o referendo para o Reino Unido sair da UE.
O Facebook está investindo em inteligência artificial e na contratação de até 20.000 pessoas até o fim do ano para identificar e remover conteúdo nocivo, incluindo discursos de ódio e promoção do terrorismo, disse Sandberg. O Facebook pode tentar um antídoto ao desafiar narrativas extremistas, ela afirmou.
"Nós removemos muito conteúdo, mas sempre podemos fazer melhor para garantir o cumprimento das nossas políticas", disse Sandberg. "Olhamos para a Europa em busca de liderança contínua nessa área, incluindo o código de conduta relativo a discursos de ódio." O Facebook "nunca vai conseguir parar" totalmente a circulação de notícias falsas, mas vai procurar contas falsas e alterar um modelo de publicidade que compensa cliques em conteúdo chamativo, ela explicou.
Medidas da Alemanha
A Alemanha começou a exigir o cumprimento da legislação mais rigorosa da Europa em termos de contenção de discursos de ódio e circulação de notícias falsas em redes sociais, ameaçando multar empreendimentos como Facebook, Twitter e YouTube (pertencente à Alphabet) em até 50 milhões de euros (US$ 61 milhões) caso se recusem a apagar conteúdo postado ilegalmente.
Os comentários de Sandberg sobre a liderança da Europa entram em conflito com o que pensam outros executivos do Facebook. Durante a conferência DLD em Munique, no domingo, o diretor de políticas públicas da empresa, Elliot Schrage, declarou que a legislação alemã vai longe demais.
"A lei nos coloca a responsabilidade ? de sermos julgados, de atuarmos como júri e garantirmos o cumprimento das regras, determinando o que é exigido legalmente ou não ? sobre o setor privado, sobre nós como plataforma", ele disse. "Acho que é má ideia."
O Facebook está tentando "se mexer bem mais rápido para lidar com preocupações" que incluem exigências de políticos europeus de que as empresas de internet paguem impostos no país onde a receita é gerada, disse Sandberg. "Ouvimos o debate na Europa sobre impostos e estamos mudando voluntariamente", pagando impostos localmente, onde a receita é gerada.
O novo governo de coalizão da Alemanha identificou o Facebook como companhia de internet que deveria pagar "tributação justa", em meio a esforços para impedir que empresas coloquem países do bloco uns contra os outros.
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