Meirelles: Ausência de Lula abre espaço para candidato do centro
(Bloomberg) -- O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a provável ausência de Luiz Inácio Lula da Silva abre espaço para mais candidatos do centro e de outros espectros políticos na eleição presidencial de 2018. "Parece que Lula não conseguirá concorrer", afirmou em entrevista à Bloomberg TV, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região na quarta-feira, o que enquadra o ex-presidente na Lei da Ficha Limpa e dificulta sua candidatura. "Evidentemente há um impacto porque uma substituição pode não ser tão popular nem ter a mesma intenção de votos que ele possui", disse o ministro.
Meirelles não entrou no mérito da decisão, mas afirmou que o sistema judicial precisa ser respeitado e que politicamente quanto mais candidatos, melhor. Ele reiterou que decidirá sobre sua própria candidatura à presidência em abril, pois agora está com o foco voltado para o ministério da Fazenda. Nesta semana, Meirelles estreou sua conta no Facebook, ampliando a atuação nas redes sociais, onde já está presente pelo Twitter.
Para o ministro, o atual patamar do câmbio não traz preocupação para o crescimento econômico atualmente em curso. O dólar despencou para abaixo de R$ 3,14 na quarta-feira após a condenação de Lula, no menor patamar desde outubro do ano passado. Meirelles aponta que o principal condutor da atividade é o consumo doméstico, que está crescendo. O governo trabalha com previsão de alta de 3% do PIB neste ano.
Do ponto de vista fiscal, Meirelles disse que a arrecadação deve surpreender positivamente, o que dispensa a necessidade de aumento de impostos. Segundo ele, o governo considera medidas para o controle de gastos.
Apesar das dificuldades no Congresso, o ministro acredita que a reforma da Previdência pode ser aprovada em fevereiro. "Há um melhor entendimento no país e no Congresso sobre a reforma. Está claro que estamos propondo um sistema mais justo. e que beneficiará pessoas de mais baixa renda."
O adiamento da reforma foi o motivo apontado pela agência de risco S&P para o rebaixamento da nota do país no início do ano. Para que o Brasil volte a ter a nota elevada, será necessário fazer as mudanças na Previdência, além de garantir o crescimento econômico, como a própria S&P apontou, disse Meirelles.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.