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Boeing e Airbus miram forte demanda por aviões na Ásia

Kyunghee Park

05/02/2018 14h38

(Bloomberg) -- A Boeing e a Airbus nunca estiveram tão bem na Ásia.

O rápido crescimento das empresas aéreas da China continental e a entrada de muitas operadoras de baixo custo geraram bilhões de dólares em encomendas para as fabricantes de aviões. No Salão Aeronáutico de Cingapura, nesta semana, grandes executivos do setor, como o CEO da Airbus, Tom Enders, e o vice-presidente de marketing da Boeing, Randy Tinseth, deverão descrever planos para aproveitar essa expansão.

A região Ásia-Pacífico provavelmente terá 3,5 bilhões de passageiros até 2036, adicionando mais que o dobro da projeção para a América do Norte e a Europa combinadas, segundo estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Para atender a essa demanda, a Boeing estima que as aéreas precisarão de 16.050 aeronaves novas, avaliadas em US$ 2,5 trilhões até 2036.

"Esta é a área de mais rápido crescimento do mundo", disse Dinesh Keskar, vice-presidente sênior de vendas da Boeing na região Ásia-Pacífico e na Índia, em entrevista a Juliette Saly, da Bloomberg Television, no Salão Aeronáutico de Cingapura, nesta segunda-feira.

A seguir, um resumo sobre o setor da aviação da Ásia:

1. China na liderança

O país provavelmente superará os EUA e se tornará o maior mercado de viagens aéreas do mundo já em 2022, dois anos antes que a previsão anterior. A China adicionará 921 milhões de passageiros até 2036, seguida pela Índia, com 337 milhões, e pela Indonésia, com 235 milhões, segundo a Iata.

2. O que faz a Ásia avançar?

Apenas 10 por cento da população da Ásia já viajou de avião. Isso significa que o número de pessoas que viajam de avião só vai crescer.

As economias de rápido crescimento e a expansão da classe média vão impulsionar a demanda, disse Corrine Png, CEO da Crucial Perspective, empresa de pesquisas de ações com sede em Cingapura focada no setor de transporte da Ásia.

3. Maiores compradores de aviões

As empresas aéreas da região Ásia-Pacífico respondem pela maior parte dos pedidos da Airbus e da Boeing. Segundo estimativas da fabricante de aviões com sede em Chicago, a região responderá por 39 por cento do total projetado para a demanda global, 41.030 aeronaves até 2036.

4. Impacto na rentabilidade

Com a concorrência maior, as empresas aéreas de serviço completo da Ásia estão perdendo passageiros para as companhias de baixo custo e para as aéreas do Oriente Médio e da China. Em Cingapura, por exemplo, as aéreas de baixo custo controlam mais da metade do mercado.

5. Desafio de infraestrutura

Apesar dos investimentos em expansão de capacidade, os principais aeroportos da Ásia não acompanham o ritmo de crescimento da aviação, segundo Shukor Yusof, fundador da consultoria de aviação Endau Analytics, da Malásia.

Mais de US$ 1 trilhão deverá ser investido na expansão de aeroportos até 2069, cerca de metade na Ásia, estima o CAPA Centre for Aviation, com sede em Sidney. Em Pequim, um novo aeroporto de US$ 12,9 bilhões, com inauguração prevista para 2019, transformará a capital da China em um dos maiores hubs de aviação do mundo. O aeroporto Suvarnabhumi, de Bangkok, deverá passar por uma reforma de 117 bilhões de bahts (US$ 3,7 bilhões) até 2021 que incluirá uma terceira pista. O Aeroporto Internacional de Incheon, da Coreia do Sul, investiu 5 trilhões de wons (US$ 4,6 bilhões) em um segundo terminal e pretende se tornar o "maior megahub aeroportuário do mundo".

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--Com a colaboração de Dong Lyu Benjamin Katz e Anurag Kotoky