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Pemex vê 'ponto de inflexão' na produção de petróleo do México

Angelina Rascouet

25/04/2018 12h00

(Bloomberg) -- O longo declínio da produção de petróleo do México está finalmente sendo revertido depois que o país acabou com o monopólio do governo no setor de energia, em 2013, decisão que está atraindo bilhões de dólares em investimentos de dezenas de empresas internacionais.

"Estamos em um ponto de inflexão", disse Carlos Treviño, CEO da produtora estatal Petróleos Mexicanos, na quarta-feira. O momento é tenso para as operadoras no país latino-americano, onde o favorito da eleição presidencial de julho prometeu reduzir o ritmo da reforma energética.

Os leilões de blocos de petróleo planejados pelo Ministério de Energia podem ser afetados pelo resultado da eleição, disse Treviño, em entrevista, em Londres. O CEO, que assumiu a Pemex em novembro passado, disse em março que seria uma "pena" frear a reforma do petróleo.

A preocupação de Treviño é a mesma de muitas operadoras de energia do México, que assinaram mais de 90 contratos de produção com grandes empresas internacionais, como Royal Dutch Shell e Exxon Mobil, desde o histórico leilão de campos de petróleo de 2015. O candidato presidencial favorito, Andrés Manuel López Obrador, prometeu revisar os contratos se eleito, mas Treviño questiona sua capacidade de fazê-lo.

A Pemex produziu 1,948 milhão de barris de petróleo por dia no ano passado, número inferior a 2 milhões pela primeira vez desde 1980. A empresa prevê que a produção de 2018 chegará a 1,951 milhão de barris por dia, disse Treviño.

A reversão do declínio da produção chegou "um pouco tarde" porque foi necessário mais tempo do que o esperado para organizar rodadas de leilões e atrair parceiros, disse. "Acho normal, é a primeira vez que fazemos isso."