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Maioria dos comissários de bordo dos EUA diz que já sofreu assédio sexual

Mary Schlangenstein

11/05/2018 13h03Atualizada em 11/05/2018 13h48

(Bloomberg) -- Mais de dois terços dos comissários e comissárias de bordo dos EUA relatam que sofreram assédio sexual verbal ou físico em suas carreiras, segundo estudo divulgado na quinta-feira pela Associação de Comissários de Bordo-CWA.

Cerca de 35% dos comissários de bordo que participaram da pesquisa disseram ter sofrido assédio sexual verbal, incluindo comentários obscenos, sugestivos e inadequados, apenas nos últimos 12 meses.

Outros 18% disseram que foram fisicamente assediados no mesmo período, afirmando que foram "tocados, apalpados, puxados, agarrados, manuseados, esbofeteados, esfregados e acariciados", por cima e por baixo de seus uniformes, segundo a associação.

Além do impacto sobre o indivíduo, esses abusos ameaçam a segurança dos passageiros, porque minam a autoridade dos comissários de bordo em situações de emergência e dificultam sua intervenção em brigas entre passageiros, afirma a associação. A associação pediu que o setor aéreo dos EUA tome medidas para combater o assédio e para reconhecer até que ponto o comportamento pode afetar a segurança.

E 78% dos 3.500 comissários de bordo que participaram da pesquisa afirmaram que não observaram esforços das empresas aéreas para combater o assédio sexual no ambiente de trabalho nos últimos 12 meses, e apenas 7% denunciaram abusos do tipo. O estudo incluiu funcionários de 29 empresas aéreas dos EUA.

Hora de dar um basta, diz associação

"O assédio aos comissários de bordo é histórico, mas essa pesquisa mostra que continua sendo comum, mesmo durante a era do #MeToo", disse Sara Nelson, presidente da associação, em comunicado. "Chegou a hora de todos nós --empresas aéreas, sindicatos, órgãos reguladores, parlamentares e passageiros--  darmos um basta em comportamentos que já não podem ser tolerados. A dignidade e o bem-estar dos comissários de bordo e a segurança de todos a bordo dependem disso."

As empresas aéreas dos EUA levam assuntos desse tipo a sério "e não toleram assédio de nenhum tipo", afirmou a Airlines for America, um grupo que representa o setor, em comunicado enviado por e-mail. Há processos bem definidos para que os membros da tripulação denunciem atividades criminosas ocorridas a bordo aos órgãos reguladores e às autoridades policiais dos EUA, informou.

"As empresas aéreas se esforçam para garantir que todos os funcionários tenham um ambiente de trabalho seguro e para que o comportamento perturbador ou inadequado em relação à tripulação ou aos passageiros seja gerenciado o mais rapidamente possível", afirmou o grupo.

Segundo a Associação de Comissários de Bordo-CWA, as empresas United Continental Holdings, Spirit Airlines e Alaska Air Group têm trabalhado com o sindicato com o objetivo de impedir esse tipo de comportamento no setor.