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Veículos elétricos deverão triplicar em dois anos, afirma AIE

Anna Hirtenstein

30/05/2018 13h10

(Bloomberg) -- Nos próximos dois anos, será muito mais fácil ver Teslas e Nissan Leafs pelas ruas em todo o mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

A frota global de veículos elétricos deverá mais do que triplicar, para 13 milhões até o fim da década, contra 3,7 milhões no ano passado, segundo relatório divulgado na quarta-feira pela instituição com sede em Paris, que foi criada para assessorar a política energética dos países industrializados. As vendas poderão subir 24 por cento ao ano, em média, até 2030.

As conclusões mostram a velocidade com que o sistema de transporte do mundo está mudando em direção a combustíveis mais limpos em um momento em que os governos se concentram na limitação da poluição e dos gases causadores do efeito estufa. A Tesla e a Nissan Motor colocam nas ruas alguns dos veículos elétricos mais conhecidos da atualidade, mas grandes fabricantes de automóveis como Volkswagen, General Motors e Audi seguiram o exemplo e anunciaram dezenas de versões de seus modelos movidas a bateria.

"As dinâmicas mudanças políticas que estão caracterizando o mercado de carros elétricos deverão mobilizar investimentos para a produção de baterias, o que facilitará reduzir custos e garantirá que a produção de baterias se dê em escalas que superam significativamente o que foi visto até o momento", disse Pierpaolo Cazzola, analista sênior de energia e transporte da AIE e um dos autores do relatório.

A seguir, algumas das principais conclusões do relatório da AIE:

1. China continuará sendo o maior mercado

Os veículos elétricos deverão representar pouco mais de um quarto dos veículos vendidos no país asiático em 2030, contra 2,2 por cento no ano passado, segundo estimativas da AIE. Mais da metade das vendas globais de 2017 se deram na China e os EUA vieram na sequência.

2. Veículos elétricos roubarão mercado do petróleo

Com a expectativa de que haverá 130 milhões de veículos nas ruas do mundo em 2030, a AIE estima que cerca de 2,57 milhões de barris de petróleo por dia deixarão de ser necessários. É o equivalente ao total usado pela Alemanha todos os dias.

3. Pelo menos mais 10 gigafábricas de baterias serão necessárias

A demanda por baterias deverá se multiplicar por 15 até 2030. Isso significa que o mundo precisará de muito mais fábricas para a produção de baterias, como a gigafábrica que a Tesla, do bilionário Elon Musk, está construindo em Nevada, nos EUA. A instalação produzirá 35 gigawatts-hora de baterias em mais de 455.000 metros quadrados de área operacional.

4. Ônibus também serão elétricos

Haverá 1,5 milhão de ônibus elétricos em uso em todo o mundo em 2030, contra 370.000 no ano passado, segundo a AIE.

5. Demanda por cobalto e lítio está aumentando

O cobalto e o lítio são ingredientes fundamentais das baterias recarregáveis que alimentam veículos elétricos e também de aparelhos eletrônicos como telefones celulares e laptops. A demanda poderia se multiplicar por 10, mas avanços tecnológicos e ajustes na composição química das baterias também poderiam reduzir significativamente o aumento.

(Atualizações com ponto sobre receita de imposto de combustível sob o terceiro cabeçalho.)