Bancos estimam impacto de tarifas de Trump sobre PIB chinês
(Bloomberg) -- A ameaça do presidente americano, Donald Trump, de taxar mais US$ 200 bilhões em importações da China pode subtrair até meio ponto percentual do crescimento econômico da nação asiática.
Já há sinais de que a segunda maior economia do mundo - e maior em contribuição para o crescimento global - está perdendo velocidade com a possibilidade de escalada da disputa com os EUA na direção de uma demorada guerra comercial. A economia chinesa se expandiu 6,9 por cento em 2017 e a meta do governo para este ano é 6,5 por cento.
Na noite de segunda-feira, Trump deu ordem para identificação de US$ 200 bilhões em produtos chineses para taxação adicional de 10 por cento - e mais US$ 200 bilhões em seguida em caso de retaliação por Pequim.
O presidente americano já prometeu tarifas de 25 por cento sobre US$ 50 bilhões em importados a partir de 6 de julho, iniciando com US$ 34 bilhões.
O estrago:
* Pelas estimativas do UBS Group, a rodada inicial de tarifas sobre US$ 50 bilhões em bens importados pode reduzir o crescimento chinês em 0,1 ponto percentual no primeiro ano. Se Trump colocar tarifas sobre mais US$ 100 bilhões em produtos, o impacto negativo sobre o crescimento pode variar de 0,3 a 0,5 ponto percentual.
* O Deutsche Bank calcula que tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses reduziriam a expansão do PIB chinês em 0,2 a 0,3 ponto percentual nos 12 meses após entrarem em vigor.
* A Oxford Economics estima que tarifas de 25 por cento sobre US$ 50 bilhões em importados mais tarifas de 10 por cento sobre US$ 200 bilhões em produtos poderiam diminuir o crescimento real do PIB da China em aproximadamente 0,3 ponto percentual em 2019-2020.* Tom Orlik e Fielding Chen, da Bloomberg Economics, entendem que a queda das exportações e dos investimentos na indústria pode reduzir o PIB em 0,5 por cento.
Os estudos sobre o impacto causado pelas tarifas variam e muito depende dos detalhes finais da taxação que efetivamente será aplicada. Outro ponto importante é que as autoridades chinesas têm enorme poder monetário e fiscal para compensar o desaquecimento econômico devido ao novo cenário para o comércio exterior.
Muitas medidas já estão sendo tomadas para estabilizar mercados financeiros abalados pela intensificação da tensão comercial e pela piora da perspectiva para o crescimento.
Queda das bolsas O principal índice do mercado acionário chinês caiu para menos de 3.000 pontos, barreira que só havia sido rompida nos crashes de 2015 e 2016. O Shanghai Composite Index ampliou a queda nesta quarta-feira para o menor nível em dois anos.
A perspectiva de uma guerra comercial atrapalha os planos do governo para conter o endividamento no país, especialmente diante de evidências de que o crescimento econômico já está se desacelerando. Os resultados para produção industrial, vendas no varejo e investimentos em maio vieram abaixo das projeções de economistas.
Para executivos e economistas, ainda há esperança de que uma guerra comercial seja evitada. O presidente do Goldman Sachs Group, Lloyd Blankfein, acredita que as ameaças de Trump configuram estratégia de barganha.
"É isso o que se faz para lembrar à sua contraparte na negociação o tamanho do seu poder de fogo", disse Blankfein em entrevista à Bloomberg na terça-feira. "Não acho que estamos em um pacto de suicídio e desconfio que não provocaremos o colapso das economias."
--Com a colaboração de Tian Chen e James Mayger.
To contact Bloomberg News staff for this story: Yinan Zhao em Pequim, yzhao300@bloomberg.net;Xiaoqing Pi em Pequim, xpi1@bloomberg.net;Enda Curran em Hong Kong, ecurran8@bloomberg.net
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