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Match Group compra Hinge, o app de namoro anti-Tinder

Joshua Brustein

21/06/2018 14h27

(Bloomberg) -- A Match Group, que cresceu no ramo de paquera on-line engolindo marcas independentes promissoras, foi às compras novamente. A empresa está adquirindo uma participação majoritária na Hinge, uma empresa criada há sete anos que se posicionou como contrapeso para a cena de encontros casuais do Tinder, o principal produto da Match. A Match terá uma participação de 51 por cento com a opção de comprar as ações remanescentes ao longo do ano que vem, segundo as duas empresas. Os termos financeiros do negócio não foram divulgados.

O Hinge é o quinto maior aplicativo de paquera do iPhone em arrecadação, segundo a empresa de pesquisa App Annie. (O Tinder ocupa consistentemente o topo da lista há anos). Em seu formato inicial, o Hinge operava como o Tinder, ou seja, os usuários deslizavam fotos para a esquerda ou para a direita para demonstrar interesse. Quando duas pessoas diziam que estavam interessadas, o aplicativo as conectava. Os usuários ingressavam por meio do Facebook e, diferentemente do Tinder, só podiam se conectar com pessoas com quem tivessem pelo menos uma conexão em comum.

No fim de 2016, a empresa reformulou o produto. Abandonou a interface focada em deslizar as fotos e deu preferência a perfis mais detalhados e a outros recursos feitos sob medida para pessoas que procuram relacionamentos em vez de conexões. Agora, a empresa usa o cansaço em relação ao Tinder como discurso de venda. "Chega de passa-passa! No Hinge todos são únicos", diz o aplicativo para cumprimentar os usuários. Após as mudanças no produto, a base de usuários do Hinge quadruplicou e os usuários começaram a ter mais encontros, segundo o fundador e CEO Justin McLeod. A empresa não divulgou dados sobre sua base de usuários. Há um nível gratuito e os usuários premium pagam US$ 5 a US$ 13 pela assinatura mensal.

Mandy Ginsberg, CEO da Match, disse que o Hinge preenche uma lacuna no portfólio de dezenas de marcas de aplicativos de namoro da empresa ao apelar para os usuários da geração millennial, que aprenderam a namorar com o Tinder e depois o deixaram quando cresceram. A Match fez o primeiro investimento no Hinge em setembro de 2017, ocasião em que ocupou um lugar no conselho. Nenhuma das empresas tornou o relacionamento público na época. Elas logo começaram a discutir uma possível aquisição, segundo McLeod.

O setor foi sacudido recentemente pelo anúncio do Facebook de que planeja ter seu próprio serviço de namoro on-line. As ações da Match caíram 22 por cento no dia do anúncio do Facebook, a pior queda de sua história em um único dia. Os papéis se recuperaram de lá para cá.

Ginsberg e McLeod argumentam que o Facebook não é tão ameaçador quanto parece. "Nosso grupo demográfico são os millennials e eles usam cada vez menos o Facebook", disse McLeod. "Não os vejo como uma marca promissora na qual as pessoas confiarão suas vidas amorosas."