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FCA acelera Fiat, Jeep e Ram no Brasil para retomar liderança

Leonardo Lara

28/06/2018 11h06

(Bloomberg) -- A Fiat Chrysler quer voltar ao topo no Brasil e planeja gastar mais do que as suas rivais para chegar lá.

A montadora, que tem sede em Londres, foi a líder em vendas no país por 14 anos até 2015, quando perdeu o título para a General Motors. Mas não foi apenas a crise do setor automotivo brasileiro, com muita capacidade e pouca demanda, que prejudicou o grupo. A Fiat Chrysler se distraiu com a compra da Chrysler e tentava posicionar suas novas marcas em todo o mundo.

Agora, planeja investir R$ 14 bilhões (US$ 3,9 bilhões) na América Latina, dos quais mais de 90% irão para o Brasil, disse Antonio Filosa, presidente para a região, durante uma entrevista em São Paulo na segunda-feira. A empresa também vai lançar 25 modelos no país até 2022, sendo 15 modelos Fiat, e 10 Jeep e Ram, e esse número pode crescer.

O investimento faz parte do plano de negócios de 45 bilhões de euros (R$ 200 bilhões) para 2018-2022 anunciado em 1 de junho. Os recursos serão utilizados para desenvolvimento de produtos, motores e novas tecnologias. Na América Latina, a marca Fiat receberá R$ 9 bilhões, sendo os R$ 5 bilhões restantes destinados a Jeep e Ram.

"O Brasil será a principal região de desenvolvimento da Fiat para o futuro", disse Filosa. "Somos o motor da marca Fiat".

O investimento da FCA na América Latina se compara a R$ 13 bilhões da General Motors para 2014-2020 e R$ 7 bilhões da Volkswagen até 2020.

Entre os lançamentos previstos para a marca italiana, Filosa disse que três deles serão chamados de Utility Vehicles, ou UVs, em resposta à demanda de clientes e revendedores. Os modelos atenderão "a parte do mercado que não era atendida antes e que representa uma maior rentabilidade média para a empresa," disse.

A meta para a América Latina, segundo o executivo, é alcançar uma rentabilidade em torno de dois dígitos ao longo dos cinco anos até 2022. E os UVs ajudarão nesse sentido, já que "essa fatia de mercado tem poder de compra, então vamos nos aproximar mais da parte premium do mercado latino-americano", disse Filosa.