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Varejo tenta pegar carona nas vendas do Amazon Prime

Matthew Boyle e Spencer Soper

16/07/2018 12h04

(Bloomberg) -- Há três anos a Amazon.com criou do nada um feriado de compras no verão (Hemisfério Norte) para os clientes mais fiéis. O espaço agora está consideravelmente mais disputado porque as concorrentes estão correndo para seduzir os consumidores on-line sedentos por promoções.

As empresas de varejo Target, Best Buy, Macy's e Walmart têm promoções especiais planejadas para coincidir com o Prime Day da Amazon, que começa nesta segunda-feira em Seattle, nos EUA, e dura 36 horas em 17 países. Na tentativa de distanciar o evento da marca Amazon, algumas empresas estão chamando o dia de "Black Friday de julho". E apesar de as ofertas de mercadorias variarem, o discurso é o mesmo: não é necessário pagar nenhuma taxa de adesão.

O Prime Day da Amazon "representa uma enorme oportunidade para as outras empresas de varejo se elas souberem tirar proveito disso", disse David Bassuk, codiretor global de prática de varejo da consultoria AlixPartners.

Uma pesquisa da empresa de Bassuk apoia essa afirmação ao mostrar que quase quatro de cada 10 americanos planejam comprar em outros lugares além da Amazon no Prime Day. Quase todos os consumidores pesquisam antes de comprar, alternando entre websites de promoções e redes sociais. Isso cria uma oportunidade para que as empresas de varejo os atraiam com grandes descontos e brindes, distanciando-os da Amazon.

As empresas estão se apropriando da terminologia da Amazon e também de sua estratégia para os descontos: no ano passado, quase metade das 100 maiores empresas de varejo (excluindo a gigante do comércio eletrônico com sede em Seattle) ofereceram vendas por tempo limitado ou usaram mensagens que incluíam a palavra "prime", concluiu a pesquisa. E as rivais também destacam a ausência das taxas de adesão, em contraste com a Amazon, na qual os membros prime pagam pelo acesso a benefícios como frete grátis para alguns itens e acesso a bibliotecas de música e mídia.

Atraindo clientes

Esse número deve aumentar neste ano. A Target, por exemplo, está oferecendo seis meses de entrega no mesmo dia e gratuita para os clientes que gastarem pelo menos US$ 100 em 17 de julho. Já a Macy's está com descontos de até 75 por cento em ternos masculinos e jaquetas esportivas até domingo. O Walmart, por sua vez, está oferecendo algumas TVs de tela grande a preços menores do que os da Black Friday. E até mesmo o Google entrou na onda e oferece um desconto de US$ 30 no preço de seu assistente doméstico ativado por voz.

"O mês de julho virou uma minitemporada de compras de fim de ano e as empresas de varejo estão disputando a atenção dos consumidores -- e uma fatia da carteira deles", disse Steve Barr, líder de mercados de consumo da PricewaterhouseCoopers.

Estas carteiras digitais deverão engordar graças ao novo código tributário dos EUA e aos preços dos combustíveis, que caíram em relação ao maior patamar em três anos, registrado em maio. O Bloomberg Consumer Comfort Index da semana que terminou em 1º de julho mostrou que o sentimento dos americanos se aproxima do maior nível em 17 anos graças ao otimismo em relação à economia e às finanças pessoais. Os mais otimistas são os que ganham mais de US$ 100.000 por ano, um segmento que se encaixa bem entre os membros do Amazon Prime.

Repórteres da matéria original: Matthew Boyle em N York, mboyle20@bloomberg.net;Spencer Soper em Seattle, ssoper@bloomberg.net