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Frankfurt perde vantagem e Paris avança na corrida do Brexit

Stephan Kahl

17/07/2018 12h09

(Bloomberg) -- Os esforços de Frankfurt para atrair os executivos bancários que estão escapando do Brexit correm o risco de perder impulso.

Enquanto Paris parece estar se recuperando na corrida por empregos, várias empresas têm optado por transferir funcionários para vários lugares dentro da União Europeia em vez de construir um único polo. Isso pode acabar em decepção para Frankfurt, segundo um grupo de lobby da cidade.

"Um claro sinal de alerta é o fato de a maioria dos bancos estar distribuindo os empregos por toda a Europa para manter todas as opções de realocação abertas", disse Hubertus Vaeth, diretor-gerente da Frankfurt Main Finance. "Do ponto de vista alemão, existe o risco de perder ganhos que eram considerados certos."

O JPMorgan Chase e o Goldman Sachs estão entre as empresas que pretendem transferir funcionários para vários lugares da UE como parte de seus planos de contingência para o Brexit. O Bank of America, por sua vez, informou no fim do ano passado que inicialmente transferirá cerca de 200 funcionários das equipes de vendas e trading para Paris e Frankfurt.

Em novembro, Paris foi escolhida como nova sede da Autoridade Bancária Europeia, superando cidades como Frankfurt e Dublin. A decisão, tomada após lobby do governo francês, "sem dúvida" custará empregos à cidade alemã, disse Vaeth. Mesmo assim, ele ainda estima que até 10.000 empregos serão criados ao longo de cinco anos em Frankfurt como resultado do Brexit.

Oliver Wagner, diretor-gerente da Associação de Bancos Estrangeiros na Alemanha, prevê que 20 empresas de serviços financeiros transferirão alguma operação para Frankfurt. Juntas, elas provavelmente gerarão 3.000 a 5.000 empregos em dois anos ou até 200 por empresa na média, disse. O Landesbank Hessen-Thueringen Girozentrale ainda prevê pelo menos 8.000 funcionários adicionais ao longo de "vários" anos.

A cidade alemã também deverá criar empregos em sintonia com o Brexit em vez de simplesmente acomodar quem vem do Reino Unido, disse Wagner. "Como o administrativo e o financeiro estão sendo construídos primeiro, as empresas certamente contratarão localmente", disse.

Paris também tem grandes esperanças com o Brexit. Cerca de 10.000 empregos podem ser transferidos para a cidade como resultado direto da saída do Reino Unido da UE, segundo o Paris Europlace, um grupo de lobby da capital francesa. Outros 30.000 empregos indiretos também podem ser criados, disse Gérard Mestrallet, presidente do grupo, em entrevista à Bloomberg Television.