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Maior mina de lítio do mundo sinaliza novo plano de expansão

David Stringer

25/07/2018 12h25

(Bloomberg) -- A Tianqi Lithium e a Albemarle ampliarão a expansão da maior mina de lítio do mundo, praticamente triplicando a capacidade de sua operação conjunta na Austrália Ocidental.

A mina Greenbushes, que atualmente responde por quase um terço da oferta global, usará o projeto de 516 milhões de dólares australianos (US$ 382 milhões) para aumentar a capacidade para cerca de 260.000 toneladas por ano de equivalente de carbonato de lítio, anunciou a Talison Lium, a joint venture da Tianqi e da Albemarle, em comunicado, nesta quarta-feira. O total contrasta com a produção de 90.000 toneladas de 2017 e amplia a expansão atual, que previa uma quase duplicação desse número.

A capacidade expandida entrará em operação a partir do fim de 2020 e a infraestrutura melhorada da mina poderá receber novos aumentos, que dependeriam de aprovações, informou a Talison. A Greenbushes tem uma "significativa capacidade de expansão", disse o CEO da Talison, Lorry Mignacca, no comunicado.

O temor de bancos e analistas como Morgan Stanley e Wood Mackenzie de que a nova onda de oferta global de lítio reduza os preços tem afetado as ações das produtoras e atraiu a ira da indústria nos últimos meses. As fornecedoras insistem que o mercado continuará apertado devido ao aumento da demanda e porque a entrega de novos projetos provavelmente será mais difícil do que o previsto.

Os preços de alguns produtos de lítio caíram neste ano, em parte porque os estoques estão em queda na China antes da mudança prevista na produção de baterias para tecnologias com maior densidade de energia, informou a mineradora australiana Galaxy Resources na semana passada.

É improvável que a expansão da Talison aumente as preocupações em relação à oferta porque a matéria-prima é usada pelas unidades de processamento integradas da Albemarle e da Tianqi, as parceiras provavelmente equilibrarão a produção com a demanda do mercado e sua intenção de ampliar a capacidade é bastante conhecida, segundo Reg Spencer, analista da ?Canaccord Genuity Group em Sidney. As duas empresas estão construindo novas refinarias na Austrália Ocidental para aumentar a produção de hidróxido de lítio, o material para baterias que cada vez ganha mais preferência para veículos elétricos.

Os planos da Talison continuam sendo alvo de disputa judicial. Embora a Talison tenha o direito de produzir lítio na mina, a Global Advanced Metals, ou GAM, tem direitos sobre outros minerais, incluindo tântalo -- usado principalmente na indústria eletrônica. Há um julgamento marcado para outubro na Suprema Corte da Austrália Ocidental, segundo a GAM.

"A expansão da produção de lítio da Talison não pode se dar à custa dos direitos da GAM ao seu tântalo e a todos os outros minerais de Greenbushes", disse o CEO da GAM, Andrew O'Donovan, em declaração enviada por e-mail. A Talison não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.