Vitória de trader abre caminho a demitidos em Londres
(Bloomberg) -- David Fotheringhame disse que não guarda ressentimento.
O ex-trader do Barclays, demitido a pedido de um órgão regulador de Nova York por usar indevidamente um programa de trading eletrônico, tinha poucas chances em sua luta contra o banco. Sem advogado, enfrentando advogados de primeira linha em um tribunal de Londres, Fotheringhame insistiu desde o começo em que queria seu emprego de volta.
O homem de 47 anos projetava uma imagem incomum enquanto os executivos do banco faziam fila para explicar por que não podiam recontratá-lo. Eles disseram que a confiança tinha se quebrado, que ele não conseguiria as aprovações necessárias dos reguladores e que ele simplesmente não tinha as devidas qualificações. Mas neste mês, Fotheringhame, que em resposta se autodescreveu como "hiper-racional", obteve uma sentença favorável e rara -- um novo contrato, de 150.000 libras (US$ 192.000).
A remuneração depois de vencer um caso tradicional de demissão injusta é normalmente limitada a 83.000 libras sem uma demanda por denúncia ou discriminação. Por mais embaraçosa que possa ser para o Barclays, a sentença de Fotheringhame demonstra que um executivo bancário pode ganhar muito mais ao voltar ao trabalho.
Recurso
"Apesar de raramente ordenado e raramente solicitado, esse recurso está sempre presente", disse Samantha Mangwana, advogada trabalhista da CM Murray em Londres. "No setor financeiro, quando a remuneração das pessoas é muito superior ao limite, vale a pena pensar no fato de que poderia haver valor na busca de um processo comum de demissão injusta. É uma outra forma."
Fotheringhame preferiu não fazer comentários para esta matéria, assim como um porta-voz do Barclays.
Os pedidos de reintegração, em que o ex-funcionário volta para o mesmo emprego ou para um trabalho muito parecido, são feitos em menos de 1 por cento dos casos, de acordo com advogados trabalhistas. Como resultado, os ex-trabalhadores muitas vezes buscam indenizações maiores tentando demonstrar que estavam denunciando um abuso no local de trabalho ou sofrendo discriminação.
"O melhor remédio financeiro é voltar ao trabalho", disse John Marshall, advogado trabalhista da Slater & Gordon. "Você é tratado como se nunca tivesse saído, recebe todos os salários atrasados e se recupera."
Marshall disse que a hipótese de trabalho no Reino Unido é que a reincorporação é inviável, especialmente nos níveis mais altos.
Retorno
Fotheringhame voltará como diretor de comercialização de dados, um degrau abaixo de sua posição anterior, com um salário que é uma fração das 1,2 milhão de libras que ele ganhava antes de ser demitido. Mas o Barclays também terá que fazer grandes ajustes e encontrar uma maneira de receber Fotheringhame de volta depois que os diretores disseram que recontratá-lo seria inadequado devido a suas críticas ao processo de demissão.
O credor tem até 21 de setembro para cumprir a decisão do juiz. Se um empregador se recusar a cumprir uma sentença, o funcionário demitido pode receber uma indenização adicional.
--Com a colaboração de Greg Farrell.
Repórteres da matéria original: Jonathan Browning em Londres, jbrowning9@bloomberg.net;Kaye Wiggins em Londres, kwiggins4@bloomberg.net
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