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Criptomoedas estão perto do "teto", diz cofundador da Ethereum

Eric Lam e Gregor Stuart Hunter

10/09/2018 16h11Atualizada em 10/09/2018 18h16

A era de crescimento explosivo do setor de blockchain provavelmente já passou agora que as pessoas, na média, estão cientes de sua existência, segundo Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum.

"A era do blockchain está chegando a um ponto no qual há um teto à vista", disse Buterin, em entrevista à Bloomberg, em 8 de setembro, na conferência "Ethereum Industry Summit", em Hong Kong.

"Conversando com qualquer pessoa escolarizada neste momento, é provável que ela já tenha ouvido falar em blockchain pelo menos uma vez. Já não existem oportunidades para um novo crescimento de 1.000 vezes nessa área."

O crescimento do bitcoin e de outras criptomoedas da comunidade do blockchain ao longo de seus primeiros seis ou sete anos dependia do marketing e da tentativa de conseguir uma adoção mais ampla, disse Buterin. "Essa estratégia está perto de chegar a um beco sem saída", disse.

O próximo passo será levar as pessoas que já estão interessadas em criptomoedas a se envolverem de forma mais profunda, disse Buterin. Ou seja, "passar do simples interesse das pessoas às aplicações reais na atividade econômica real", disse.

Jehan Chu, sócio administrativo da empresa de consultoria e investimentos em blockchain Kenetic Capital, disse que pode haver uma oportunidade para um maior crescimento em 2019, já que os tokens de criptomoedas continuam avançando.

"Há profundos reservatórios de valor apenas esperando o disparador certo", disse, em mensagem de texto.

O ether, a criptomoeda que alimenta o blockchain da Ethereum, caiu mais de 85% desde a alta de janeiro, após uma nova onda de vendas de ativos digitais no fim de semana. A segunda maior criptomoeda perdia 11% às 9h10 pelo horário de Nova York, ficando abaixo de US$ 200. O ether é usado como "combustível" para pagar transações de aplicativos descentralizados que rodam na rede Ethereum.

As perdas do ether aceleraram em agosto, quando algumas startups que receberam a moeda digital em suas ofertas iniciais de moedas utilizaram-na para cobrir gastos e também devido à preocupação com declínios de preços mais amplos entre as moedas virtuais, segundo observadores do setor.

O bitcoin caiu mais de 50% neste ano, enquanto a capitalização de mercado dos ativos digitais acompanhados pelo CoinMarketCap.com caiu de cerca de US$ 640 bilhões, o pico de janeiro, para US$ 197 bilhões.

Na semana passada, o ether e o bitcoin caíram depois que uma reportagem afirmou que o Goldman Sachs Group está suspendendo o plano de criar uma mesa de trading para criptomoedas. O diretor financeiro do Goldman, Martin Chavez, disse que a reportagem é "fake news" e que o banco nunca teve um cronograma para esse projeto.

"Sinceramente, não creio que isso seja tão importante. Sinceramente, uma parte de mim ficaria mais feliz se não houvesse nenhum comércio institucional de criptomoedas por mais cinco anos", disse Buterin. "Afinal, se todas essas criptomoedas se transformarem naquilo que os milionários continuam comprando e vendendo uns aos outros, o que foi que conseguimos de fato?"

O ether pode cair ainda mais e chegar a uma meta de respaldo de US$ 155 em meio à concorrência crescente, à volatilidade do mercado e a amadurecimento do setor, segundo projeção de 7 de setembro do estrategista de commodities da Bloomberg Intelligence Mike McGlone. O valor ainda representaria um avanço de 2.000% desde o fim de 2016.