Evento de IA do Google em Xangai ressalta interesse pela China
(Bloomberg) -- O Google pode ter dito ao mundo que "não está perto" de lançar um motor de busca censurado na China, mas a gigante da tecnologia aproveitou um evento em Xangai para exibir produtos e demonstrar o compromisso de fazer mais negócios no país.
A subsidiária da Alphabet, que atualmente não opera seus serviços principais na China, evitou cuidadosamente qualquer menção a planos de voltar a entrar nesse mercado no segundo dia da Conferência Mundial de Inteligência Artificial, apoiada pelo governo. Em vez disso, o Google usou seu cobiçado espaço na programação desta terça-feira para promover produtos que já são usados por empresas locais, como o pacote de software de inteligência artificial TensorFlow, implementado pela gigante do comércio eletrônico Meituan Dianping.
Os esforços do Google no evento -- apesar da crescente crítica interna e externa às medidas para voltar à China -- evidenciam a posição perigosa da empresa. Após a notícia de que a Alphabet estava desenvolvendo um projeto, chamado Dragonfly, para um aplicativo móvel de pesquisa que obedece à censura chinesa, um grupo de cientistas e engenheiros se opôs porque consideram que esses esforços violam o limite do antigo lema da companhia: "Não seja malvado". Mas as oportunidades comerciais do mercado chinês -- e a riqueza de talentos e dados de IA -- estão se revelando uma grande tentação.
"Este é o momento certo e estamos fazendo a coisa certa no lugar certo", disse Jingtao Wang, pesquisador sênior do Google, enfatizando que falou por si mesmo e não em nome do motor de busca. "A China é a fronteira da IA e acho que muitas coisas acontecerão nos próximos anos."
Outras empresas dos EUA, inclusive a Microsoft e a Amazon Web Services, também aproveitaram o evento em Xangai para mostrar seus esforços de IA na China. A Microsoft também realizou uma sessão depois do Google. Mas nenhuma das duas enfrentou o nível de revolta no próprio país que o Google está vivendo.
Polêmica
O evento do Google em Xangai ocorreu em um momento em que o projeto Dragonfly é alvo de polêmica. A empresa enfrentou uma revolta brutal de vários funcionários, que pediram demissão por causa dessa medida e mais de 1.700 assinaram uma petição para que a companhia reavaliasse o projeto, argumentando que o produto de pesquisa viola os princípios éticos do Google.
O Dragonfly teve uma recepção ainda pior em Washington, D.C. Um grupo bipartidário de senadores escreveu uma carta à empresa dizendo que os planos eram "profundamente preocupantes e fariam com que o Google corresse o risco de ser cúmplice de violações de direitos humanos".
O Google afirmou que os planos de busca na China são apenas "exploratórios". O CEO, Sundar Pichai, disse que a empresa tem "centenas" de funcionários na China e que não desistiu de buscar oportunidades no país. "Queremos estar na vanguarda dos desenvolvimentos tecnológicos e acreditamos que as ferramentas do Google poderiam ajudar a facilitar uma troca de informações e aprendizado que traria amplos benefícios dentro e fora da China", escreveu Pichai em uma carta aos legisladores.
To contact Bloomberg News staff for this story: David Ramli em Pequim, dramli1@bloomberg.net;Mark Bergen em São Francisco, mbergen10@bloomberg.net
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