Google quer responder a perguntas que você ainda nem fez
(Bloomberg) -- Durante duas décadas, digitar uma linha de texto em uma barra de pesquisa em branco foi a maneira de quase todo mundo interagir com o Google. Agora, a empresa vai assumir um papel ainda mais ativo para guiar os usuários pela internet.
A gigante das buscas anunciou uma série de novidades em um evento para comemorar seu 20º aniversário na segunda-feira. Um feed de notícias parecido com o do Facebook, com vídeos e artigos que a empresa considera que o usuário pode achar interessantes, aparecerá agora na página inicial do Google, logo abaixo da barra de pesquisa em todos os navegadores móveis.
"Isso ajuda você a encontrar coisas que nem começou a procurar", disse Karen Corby, gerente de produtos da equipe de buscas do Google, em uma publicação em blog. A empresa também apresentou uma ferramenta que permite que as pessoas guardem as buscas, com a opção de recuperá-las mais tarde. E acrescentou que apresentará mais informação diretamente nos resultados da busca, o que ajudará as pessoas a acharem o que estão procurando sem ter que clicar em outros sites.
A unidade da Alphabet quer expandir sua presença na web e fazer com que as pessoas passem mais tempo diretamente no Google do que em outros sites. Em seu afã de ajudar as pessoas a encontrarem as informações que procuram, a empresa assumirá tarefas que antes eram feitas por outros.Longo caminho
O Google já percorreu um longo caminho desde que Sergey Brin e Larry Page criaram um motor de busca que classificava os sites baseado em quantos outros sites tinham links para eles, em 1998, em uma garagem de Menlo Park, Califórnia.
A empresa derrotou rivais como Excite, Yahoo e Ask Jeeves e construiu uma das empresas mais lucrativas do mundo. O Google foi um dos primeiros a perceber que um serviço de pesquisa poderia se tornar um gigantesco funil digital em que bilhões de pessoas digitam suas necessidades e desejos. O dinheiro começou a fluir quando a empresa começou a mostrar anúncios relevantes ao lado dos resultados das pesquisas, o que permitiu que profissionais de marketing tivessem acesso aos clientes no momento certo e medissem com precisão o desempenho de suas campanhas.
A empresa usou essa máquina de fazer dinheiro para criar outros serviços de internet, muitos deles de graça, como o sistema operacional para dispositivos móveis Android, e-mail e mapas digitais. A aquisição do YouTube por US$ 1,65 bilhão em 2006 transformou o Google em um grande operador cultural e deu a ele outro público enorme para vender seus anúncios.
Após uma juventude exuberante, o Google entrou no equivalente corporativo da vida adulta em 2015, quando se reorganizou como Alphabet, uma holding para todos os anexos que surgiram.
Agora o Google está chegando à meia-idade, o que traz novas responsabilidades, decepções e julgamentos. Órgãos reguladores na Europa estão desafiando seu modelo de negócios e multando duramente a empresa por violar leis antitruste. O Google vai recorrer. Nos EUA, os políticos o transformaram em um saco de pancadas. Os teóricos da conspiração encontram legiões de seguidores no YouTube e seu serviço de notícias tem tido dificuldades para filtrar informações falsas imediatamente após desastres e outros grandes eventos noticiosos.
Ainda assim, o principal negócio de pesquisa do Google permaneceu notavelmente resiliente, produzindo um fluxo de lucros cada vez maior. As ações da Alphabet ganharam 12% neste ano, tornando-a a quarta empresa pública mais valiosa do mundo, atrás das gigantes da tecnologia Apple, Amazon.com e Microsoft.
Repórteres da matéria original: Gerrit De Vynck em N York, gdevynck@bloomberg.net;Nico Grant em São Francisco, ngrant20@bloomberg.net
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