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Pérsio Arida critica plano de Ciro de ajudar inadimplentes

Samy Adghirni

27/09/2018 08h00

(Bloomberg) -- A promessa do candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) de limpar o nome dos consumidores inadimplentes via negociação com os bancos causaria prejuízo à população, disse o principal assessor econômico da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Pérsio Arida.

"Se você der uma anistia a todas as pessoas que são inadimplentes, no minuto seguinte, os bancos vão precificar o risco de uma segunda anistia e então o spread bancário sobe", disse à Bloomberg.

Spread é a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada das pessoas e empresas.

"E como parte dos bancos são públicos, a conta da primeira anistia ainda recai sobre a união. É uma medida que vai na contramão do que o país precisa, que é reduzir o spread bancário e déficit."

A proposta de aliviar a dívida dos brasileiros registrados no cadastro inadimplente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) é uma das principais bandeiras da campanha do pedetista.

Combustíveis

Geraldo Alckmin defende uma política de preço de combustível que seja modulada em função da cotação do petróleo e do câmbio, segundo Arida. "Gostamos da solução europeia, que é basicamente ter impostos flex para todos os derivados de petróleo, como diesel, gasolina, GLP etc."

Para ele, quando o preço doméstico tende a subir, por influência da cotação internacional e do câmbio, a carga tributária teria que diminuir - e vice-versa. Esse modelo exigiria conversas com os governadores para tratar das distorções causadas pela diferença entre impostos federais e estaduais. A vantagem de um sistema flexível, segundo o economista, é aliviar a pressão sobre os cofres públicos.

O economista também defendeu que os subsídios ao diesel, concedidos pelo governo do presidente Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros, não sejam renovados após expirarem, em 31 de dezembro.