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Como Blankfein passou sua última noite como CEO do Goldman

Amanda Gordon

28/09/2018 15h47

(Bloomberg) -- A festa no Plaza Hotel na noite de quinta-feira não foi a despedida de Lloyd Blankfein do Goldman Sachs após 36 anos ? 12 deles como presidente do banco.

A festa no Goldman "não está marcada", disse Blankfein a caminho da mesa onde um prato de robalo e uma taça de Guenoc Cabernet o aguardavam. "Com alguma sorte, eles vão esquecer de mim antes que eu precise fazer isso."

Em sua última noite como CEO do Goldman, Blankfein preferiu comparecer ao evento beneficente da Fundação de Pesquisa sobre Linfoma, em homenagem a John Leonard, médico que tratou o executivo desse tipo de câncer três anos atrás.

"Estou realmente feliz por estar aqui e, falando meio sério, fico verdadeiramente feliz por estar em qualquer lugar", disse Blankfein, 64 anos, no palco do salão principal do hotel, em Nova York. "É especial para minha família e para mim poder honrar a pessoa que nos guiou por uma tempestade muito turbulenta e por um território totalmente novo para nós."

Na cabeceira do evento, Blankfein e a esposa Laura ajudaram a levantar mais de US$ 2,3 milhões para a fundação, que apoia pesquisadores em início de carreira e oferece programas educacionais.

Algumas doações grandes foram feitas para homenagear o casal Blankfein, incluindo US$ 100.000 de John e Susan Hess, US$ 75.000 de David Geffen (que recebeu o casal em seu iate durante o último verão), e US$ 50.000 de Ken Griffin.

'Não terminei'

Não está claro para ninguém o que Blankfein fará em seguida. "Não pensei em nada ainda, mas farei isso", disse ele durante o coquetel. "Acabou no Goldman, mas não vou parar de trabalhar."

Ele comentou que se sente "energizado" pela situação. "É estranho. Estou no Goldman Sachs há tanto tempo e sempre me perguntei o que teria embaixo se descolasse o Goldman da minha cara. Mas estou animado para descobrir. Nenhuma sugestão razoável será ignorada."

Um colega de Blankfein da Universidade Harvard, o dermatologista Roy Geronemus, estava ali com informações mais precisas: "Ele recusou minha oferta de trabalhar no desenvolvimento de negócios no Centro de Laser e Cirurgia da Pele." Geronemus lembra que, quando cursava a universidade, Blankfein era um comediante. "Ninguém achava que ele faria algo, ele só contava piadas."

"Eu adoraria que ele resolvesse lidar com algum problema da cidade de Nova York ou do país", disse Jonathan Mechanic, responsável pela área imobiliária do escritório de advocacia Fried Frank. "Ele tem cérebro, criatividade e oportunidade para fazer diferença."

'Curtir a vida'

Lance Meyerowich, do Wells Fargo, já trabalhou no Goldman e também superou um linfoma. Ele acha que Blankfein deveria "curtir a vida, dar um tempo ? as pessoas trabalham duro até o fim, é maluquice".

Com apenas mais um dia de trabalho pela frente, Blankfein não pensava tão longe. "Acho que, depois que deixar de ser CEO, vou folgar no fim de semana. Hoje estou me dedicando à pesquisa sobre linfoma. Se eu não fizer nada por um longo período, será porque sempre planejei isso."