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Dono do Bumble mira IPO para ser maior grupo de paquera do mundo

Sophie Alexander e Ben Stupples

11/10/2018 15h43

(Bloomberg) -- O grupo responsável pelo aplicativo de namoro Bumble está avaliando uma oferta pública inicial nos EUA como parte do plano de se transformar na maior empresa de paquera do mundo, segundo o fundador Andrey Andreev.

"Estamos atualmente em discussões bastante aprofundadas com bancos" como o JPMorgan Chase, disse Andreev, na terça-feira, em entrevista. "A venda seria realizada na Nasdaq. Está sobre a mesa há tempos, mas a análise séria ocorreu apenas recentemente -- no último mês."

Jessica Francisco, porta-voz do JPMorgan, que tem sede em Nova York, preferiu não comentar.

Andreev, 44, é acionista majoritário da dona do Bumble, a Rimberg International, uma holding que também controla o aplicativo de encontros gay Chappy e o Badoo, que tem sede em Londres e é o maior aplicativo de encontros do mundo em número de usuários, com mais de 400 milhões.

Andreev, que fundou o Badoo em 2006, espera que o IPO ajude sua empresa a superar a dona do Tinder, a Match Group, como empresa de encontros mais valiosa do mundo. Andreev disse que a receita pode chegar a US$ 400 milhões neste ano, o que representa menos de um terço do total de US$ 1,33 bilhão registrado pela Match no ano passado.

O Bumble seria a "marca principal" de um possível IPO, que não será realizado neste ano, disse.

"Somos melhores que a Match, somos mais jovens que a Match e estamos crescendo mais rapidamente que a Match", disse Andreev, cuja participação majoritária lhe garante patrimônio líquido de mais de US$ 800 milhões. "Como somos mais jovens e mais rápidos, merecemos uma capitalização de mercado melhor."

Justine Sacco, porta-voz da Match, com sede em Dallas, preferiu não comentar.

'Ficando louco'

Andreev fundou o Badoo depois de vender empresas digitais na Rússia, seu país natal. Ele aproveitou parte do dinheiro levantado com os empreendimentos para investir no Bumble, o aplicativo de encontros no qual as mulheres tomam a iniciativa nas conexões heterossexuais. Ele abordou a fundadora do Bumble, Whitney Wolfe Herd, em 2014 depois que ela deixou o Tinder, empresa processada por ela por assédio sexual.

O Badoo investiu US$ 10 milhões para ajudar Wolfe Herd a criar o Bumble, dando ao grupo de Andreev uma participação de mais de 75 por cento. Hoje, o Bumble tem 41 milhões de usuários, mais que o dobro de um ano atrás, segundo um porta-voz.

"O Bumble está virando uma loucura", disse Andreev. "O Bumble já está na Alemanha e está crescendo 500 por cento ao mês lá."

Em um setor que produz continuamente novos produtos de nicho, Andreev está bem posicionado para melhorar sua sorte, disse Andrei Hagiu, professor associado da Escola de Negócios Questrom da Universidade de Boston.

"No ano que vem haverá alguma nova tendência em aplicativos de namoro", disse Hagiu. Andreev pode "aproveitar sua posição, como fez com o Bumble".

E ele está fazendo exatamente isso. Em 2017, Andreev ajudou a fundar o Chappy, um aplicativo de namoro para gays, que foi relançado no mês passado com foco nos EUA. No mês passado, Andreev anunciou no Instagram que havia investido no Lumen, um aplicativo de encontros para pessoas com mais de 50 anos.

"É assim que ele está se tornando o Zuckerberg dos aplicativos de namoro", disse Hagiu. "Não com apenas um Facebook, mas com vários Facebooks."

--Com a colaboração de Alex Barinka.

Repórteres da matéria original: Sophie Alexander em N York, salexander82@bloomberg.net;Ben Stupples em Londres, bstupples@bloomberg.net