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Caiam fora da bolsa antes que seja tarde, alerta MKB-Pannonia

Gabriella Lovas

15/10/2018 15h01

(Bloomberg) -- A queda das bolsas globais pode ser mais profunda do que a correção sofrida no começo do ano e os investidores devem se preparar para vender ações, alerta uma gestora de fundos com sede em Budapeste.

"Os investidores precisam começar a procurar um meio de cair fora das ações agora", disse Attila Dzsubak, diretor de investimentos da MKB-Pannonia Fund Manager, que ajuda a supervisionar 670 bilhões de forintes (US$ 2,4 bilhões) em ativos. "A experiência passada mostra que as portas de saída podem se estreitar rapidamente."

O S&P 500 ampliou as perdas nesta segunda-feira, após alertas sobre a fragilidade da economia global e a escalada da tensão comercial entre EUA e China. A volatilidade está alta. O Cboe Volatility Index (VIX), referência para a turbulência no mercado acionário com base em preços de opções, tem pontuação média de 15,25 em 2018, 37 por cento acima do apurado em 2017.

Em fevereiro, em meio a preocupações em relação à política monetária nos EUA, o S&P 500 caiu 3,9 por cento, a maior perda mensal desde janeiro de 2016. Neste mês, o índice caminha para um tombo de mais de 5 por cento.

Nas últimas duas semanas, Dzsubak começou a tornar sua carteira mais defensiva, comprando ouro, ações ligadas ao ouro e fundos negociados em bolsa (exchange-traded funds ou ETFs) que investem em metais preciosos, como VanEck Vectors Gold Miners ETF e SPDR Gold Shares.

Entre as poucas ações que comprou, o gestor apostou no Facebook, argumentando que os eventos mais negativos para a companhia já estão embutidos na cotação após uma correção que já dura mais de dois meses.

"Tudo parece trabalhar contra as ações no momento", disse Dzsubak, citando papéis caros e planos dos bancos centrais de apertar a política monetária no mundo todo. S&P 500 e Dow Jones provavelmente atingiram seus pontos máximos em outubro, acredita ele. Os índices podem se aproximar desses patamares mais uma vez no primeiro semestre de 2019 por causa do crescimento dos lucros das empresas, prevê o gestor.

Na renda fixa, Dzsubak aposta em títulos mexicanos, explicando que a economia está robusta, a política monetária está restritiva e o país fechou um acordo com EUA e Canadá para atualizar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Ele também aplica em títulos de longo prazo da Hungria, citando crescimento forte, inflação controlada e estabilidade da Europa Central em vista da baixa exposição ao dólar.