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Dyson escolhe Cingapura para fabricar veículos elétricos

Giles Turner

23/10/2018 11h52

(Bloomberg) -- A Dyson, famosa por fabricar aspiradores de pó, escolheu Cingapura para fabricar seu primeiro carro elétrico, levando adiante planos para desafiar a Tesla no setor mais aquecido do mercado automotivo.

A empresa britânica de capital fechado, também conhecida por fabricar secadores de mãos e purificadores de ar, anunciou nesta terça-feira que concluirá a fábrica até 2020 e cumprirá a meta de lançar seu primeiro modelo até 2021 como parte de uma iniciativa de 2 bilhões de libras esterlinas (US$ 2,6 bilhões) para se expandir para automóveis.

A escolha de Cingapura -- onde não há nenhum fábrica de automóveis e que é um dos lugares mais caros do mundo para comprar um carro -- chega em um momento em que a Tesla se concentra em abrir uma fábrica na China. A decisão é uma vitória para a cidade-estado, que abriga o segundo maior porto de contêineres do planeta e um centro de fabricação de produtos de tecnologia de ponta, como os motores de aeronaves da Rolls Royce Holdings.

A Dyson é uma das novas concorrentes que estão entrando na corrida para fabricar veículos elétricos, que estão tirando participação de mercado dos automóveis movidos a gasolina. Além da Tesla, a Dyson competirá com gigantes globais como Daimler, Volkswagen e General Motors, que estão avançando com planos para fabricar veículos elétricos.

Mercado menor

Cingapura, com menos de 6 milhões de habitantes, é um mercado menor, mas conta com talentos tecnológicos e fortes proteções da propriedade intelectual que aparecem com frequência no topo das classificações regionais de PI. A Dyson já tem um centro de fabricação em Cingapura focado em motores digitais que emprega cerca de 1.100 pessoas na região.

O país também tem um acordo de livre comércio com a China, o maior mercado de carros elétricos do mundo. Enquanto a Tesla na semana passada deu um passo em direção à construção de uma fábrica de veículos em Xangai, o fundador da Dyson, James Dyson, reclamou do roubo de propriedade intelectual na China.

A China continuará sendo o maior mercado de veículos elétricos do mundo pelo menos até 2040, quando mais da metade das vendas de carros novos e um terço da frota do planeta -- equivalente a 559 milhões de automóveis -- serão elétricos, segundo projeção da Bloomberg NEF. James Dyson disse que o "centro de gravidade" da empresa inclinou-se para a Ásia, que no ano passado gerou quase três quartos do crescimento da receita.

"A decisão de onde fazer nossos carros é complexa e baseia-se em redes de abastecimento, acesso a mercados", disse o CEO da Dyson, Jim Rowan, em uma nota à equipe. "A disponibilidade da expertise" vai ajudar a empresa a atingir seus objetivos.

A Dyson havia considerado o Reino Unido e vários lugares da Ásia para construir sua fábrica. A empresa tem grande experiência de fabricação na Malásia e anteriormente fabricou produtos no Reino Unido, que pode perder parte de seu atrativo para empresas globais com a saída da União Europeia.

--Com a colaboração de Michelle Jamrisko.