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BofA triplica cliques em pesquisa com análise quantitativa

Lananh Nguyen

13/11/2018 15h22

(Bloomberg) -- Na batalha para prever o futuro, os analistas quantitativos estão conseguindo uma vantagem.

É por isso que Candace Browning, chefe de pesquisa global do Bank of America, montou uma equipe de seis pessoas, quatro delas com doutorado, para unir forças com cerca de 600 analistas de Wall Street. O objetivo dos pesquisadores é o mesmo de sempre: identificar padrões antes que os demais. Mas agora eles estão usando enormes quantidades de informações extraídas de fontes não tradicionais para projetar gastos com itens de luxo, receitas de empresas aéreas e até o momento do ciclo de negócios. A abordagem tem sido popular entre os clientes do banco, que clicam três vezes mais nos relatórios turbinados por análises quantitativas do que em outras publicações.

"O negócio é contar aos clientes algo que eles ainda não saibam", disse Browning, em entrevista, no escritório do banco, em Nova York. "O futuro de Wall Street, o futuro dos investimentos, será agregar e analisar dados para oferecer uma vantagem diante de uma nova informação. Depois disso, ainda será preciso o fator humano."

A ascensão das análises quantitativas não é nenhum fenômeno novo nos mercados financeiros, e a proliferação das negociações algorítmicas em plataformas eletrônicas rápidas tem estimulado os investidores a buscar um leque e volumes maiores de dados. Mas o processo de mineração de conhecimento a partir desses dados pode ser trabalhoso e demorado até mesmo para cientistas.

Os departamentos de pesquisa dos bancos estão tentando acompanhar o ritmo: os especialistas do Evidence Lab, do UBS Group, avaliam bilhões de pontos de dados para analisar ações, enquanto a State Street distribui estatísticas diárias de inflação com base em preços de mais de 5 milhões de itens vendidos em todo o mundo.

No Bank of America, os cientistas de dados incorporados ao departamento de pesquisa têm usado novas técnicas para consultar a opinião de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo a respeito do iPhone e dos carros autônomos. Eles também mergulharam fundo nas informações de cartões de crédito para avaliar os gastos com reformas residenciais e computaram mais de 100 variáveis econômicas desde 1959 para concluir que não há uma recessão iminente nos EUA.

Mas há uma ressalva: embora a equipe de análise preditiva, liderada por Shariff Koya, consiga usar os números internos e anônimos do banco, os dados brutos não estão à venda.

"É uma corrida armamentista", disse Daire Browne, chefe de serviços de pesquisa global ao cliente do Bank of America, que lidera uma iniciativa mais ampla para tornar o departamento mais eficiente por meio da tecnologia. "Não existe mais essa grande divisão entre o estilo antigo e fundamental e as grandes e pesadas análises quantitativas."