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Airbus quer combater novo jato da Boeing com A330 melhorado

Divulgação/Airbus
Imagem: Divulgação/Airbus

Benjamin D. Katz

26/11/2018 15h30

(Bloomberg) -- A Airbus oferecerá uma versão modificada do jato de fuselagem larga A330neo projetada para viagens mais curtas na tentativa de minar a demanda por um novo avião de médio porte que a Boeing deverá lançar no ano que vem.

Os motores do A330neo podem ser reclassificados para um nível mais baixo de empuxo, ajudando a reduzir a carga de combustível e o peso na decolagem, disse Crawford Hamilton, chefe de marketing do avião, em entrevista, na segunda-feira (26), em Toulouse, na França.

As mudanças tornariam o modelo mais adequado para as rotas de médio alcance que a Boeing buscaria atender com o jato apelidado de 797. O A330 continuará sendo um avião maior, mas a Airbus está tentando enfraquecer o mercado geral para o novo Boeing, e versões de fuselagem estreita do A321neo já estão abocanhando a extremidade inferior do mesmo nicho com uma série de vendas para empresas aéreas transatlânticas.

O peso máximo de decolagem do A330neo é de 242 toneladas, mas esse total pode ser reduzido a 200 toneladas, e os motores da Rolls-Royce Holdings podem ser reclassificados de 32.658 quilos de empuxo para 30.844 quilos, disse Hamilton.

Ele falou a respeito após a entrega do primeiro Airbus A330neo da história para a empresa aérea portuguesa TAP. A entrega ocorre um ano após o programado devido a problemas nos testes e atrasos no desenvolvimento das turbinas Trent 7000, da Rolls-Royce.

Com o A330neo e modificações no A321neo, a Airbus pretende "fechar completamente a lacuna entre corredor único e longo alcance", disse Guillaume Faury, chefe do braço de jatos da empresa, que deve se tornar CEO do grupo no ano que vem.

O plano para ampliar a capacidade do A321 com um modelo XLR --para alcance extralongo-- conquista adeptos entre os clientes e será detalhado no ano que vem, disse.

Dificuldade nas vendas

O A330neo, uma versão com novo motor de um modelo que remete ao modelo original do Airbus A300, tem tido dificuldade nas vendas frente ao Boeing 787 Dreamliner, um projeto completamente novo construído em grande parte de compósito para reduzir o consumo de combustível.

Hamilton disse que o simples fato de o A330 ainda existir mostra que o 787 "falhou em sua missão" e acrescentou que, apesar de o avião da Airbus ser mais pesado, o número maior de assentos proporciona um melhor custo-benefício por passageiro. Nos primeiros anos, o A330 original também tinha vendas baixas, mas depois a demanda aumentou, disse.

A Airbus também quer que o A330neo substitua o Boeing 767, que tem tamanho semelhante e foi descontinuado como jato de passageiros, e até mesmo o 777, cujos exemplares mais antigos se aproximam da aposentadoria, disse Hamilton.